Piscicultura movimenta bilhões em meio ao crescimento do consumo de peixe no Brasil

Em 2019 o setor registrou crescimento de 4,9%, totalizando um volume superior a 758 mil toneladas de peixes, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

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Foto: Peixe BR
Foto: Peixe BR

Carne bovina, ovos e cortes de frango são alimentos muito comuns na mesa do brasileiro. A cada ano, essas opções estão ganhando mais a concorrência do peixe.

De acordo com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o brasileiro come, em média, 10 quilos de peixe por ano, enquanto o japonês, consome, em média, 60 quilos por ano. a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de 12 quilos por habitante ao ano.

Segundo a Presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Albaneide Peixinho, o consumo habitual de peixes fornece energia, proteína e uma variedade de outros nutrientes importantes, incluindo ácidos graxos essenciais, como ômega-3, ferro, zinco, cálcio e vitaminas do complexo B.

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Publicada em agosto de 2020, uma pesquisa feita pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) junto ao Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE) identificou o perfil do consumidor brasileiro que adquire peixes em supermercados.

Peixe na Mesa

Ao ouvir 1.350 pessoas de cinco capitais brasileiras, sendo essas – Manaus-AM, Recife-PE, Curitiba-PR, Brasília-DF e São Paulo-SP – , o estudo concluiu que a preferência dos consumidores é pelo produto fresco, pelo filé e cortes.

Além disso, a pesquisa resultou na consolidação da tilápia como sendo o principal produto da piscicultura do país. Mais de 42% dos entrevistados das cinco cidades reconheceram a espécie como um peixe da aquicultura brasileira.

Conforme a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o Brasil está entre os 15 maiores produtores do mundo, de acordo com a FAO. A produção de peixes cultivados no Brasil é a atividade zootécnica que mais vem crescendo no país nos últimos 10 anos e atingiu 585 mil toneladas em 2014.

Atualmente, a atividade movimenta cerca de R$ 4 bilhões/ano, gera 1 milhão de empregos diretos e indiretos e cresce a taxas superiores a 10% ao ano.

Superando a Pandemia

Em 2019 o setor registrou crescimento de 4,9%, totalizando um volume superior a 758 mil toneladas de peixes, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

A expetativa era a de que 2020 superasse o ano anterior, porém, as consequências dos danos causados pela pandemia de covid-19 fez com que o setor de piscicultura reduzisse a velocidade de desenvolvimento. Apesar disso, os números das exportações ao final de 2020 mostraram que o setor pode esperar por um ano de 2021 muito melhor.

De acordo com o Informativo Comércio Exterior da Piscicultura de outubro do ano passado, No terceiro trimestre de 2020, as exportações de produtos da piscicultura brasileira apresentaram crescimento de 53% no comparativo com o segundo trimestre, atingindo US$ 3.324.197.

Quase todas as categorias de produtos apresentaram aumento; uma exceção foi a categoria “subprodutos impróprios para alimentação humana”. O total acumulado no ano é de US$ 8.669.533, representando uma alta de 20% comparado com o mesmo período de 2019 (US$ 7.232.548).

Francisco Medeiros é Diretor-Executivo da Peixe-BR. De acordo com ele, em 20 anos, o Brasil será o maior produtor mundial de tilápia. A forma como o setor têm sobrevivido e superado a pandemia do novo coronavírus mantém a expetativa.

“O setor de piscicultura como um todo manteve as vendas, especialmente de tilápia, espécie que representa cerca de 60% da produção brasileira de peixes de cultivo. As empresas do setor, de maneira geral, diminuíram suas equipes em função das pessoas de grupo de risco estarem em casa, mas mesmo assim mantiveram a operação nas fazendas de peixes e frigoríficos. O objetivo foi manter o regular abastecimento da população, o que foi conseguido”, disse Francisco Medeiros a Revista Globo Rural.

Medeiros sabe que a realidade imposta pela pandemia impõe restrições e dificuldades para o setor, mas vê na criatividade uma saída para superar o momento.

“Os desafios são grandes, por isso é necessário ser criativo, buscar novas estratégias para atuação. Isso está sendo conseguido pela piscicultura brasileira”, afirmou Francisco Medeiros a Revista Globo Rural.

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