Sindicato dos Médicos do Japão pede cancelamento dos Jogos Olímpicos em 2021

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A União Nacional dos Médicos Japoneses apresentou nesta quinta-feira, 13, uma petição ao governo do país para que os Jogos Olímpicos previstos para este ano sejam cancelados. O sindicato alega que as Olimpíadas representam um risco pela possível chegada e propagação de novas variantes do coronavírus no Japão. No documento apresentado ao Ministério da Saúde, os médicos argumentam que, mesmo que os Jogos sejam realizados sem público, com a chegada de atletas e outros participantes, “não se pode descartar a possibilidade da entrada de variantes de qualquer lugar”. Essa situação, segundo o sindicato, representaria um aumento do risco do surgimento de outras mutações, razão pela qual “não é possível que os Jogos sejam seguros” e pedem seu cancelamento.

“Para os atletas vai ser difícil, mas alguém tem de pedir o cancelamento dos Jogos. É por isso que estamos fazendo isto, porque nós, trabalhadores da saúde, nos vimos forçados a sermos nós a fazê-lo”, disse o representante do sindicato, Naoto Ueyama, em uma coletiva de imprensa. Ueyama acredita que “o governo tem a importante missão de proteger a vida dos cidadãos” e que nesta situação o Executivo “deve mostrar uma posição clara”. O sindicato começou a expressar publicamente sua oposição à realização dos Jogos após a divulgação do plano de destacar cerca de 10.000 médicos para o evento em um momento de enorme pressão sobre o sistema de saúde devido à quarta onda de Covid-19. “Cerca de 40% dos médicos excederam o limite das horas extras e 10% estão trabalhando o dobro do limite legal estabelecido pelos regulamentos sobre morte por excesso de trabalho. Esta escassez absoluta de médicos é um fator que afeta o sistema de saúde e também a vacinação. E o governo está tomando a posição de reduzir o número de médicos face a esta realidade”, denunciou o sindicato. A escassez de recursos de saúde levou três províncias que irão receber eventos dos Jogos Olímpicos a recusarem-se a reservar leitos hospitalares para os atletas que possam precisar delas no caso de contraírem a doença.

EFE

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