Produtor prefere se informar pela TV e pelo WhatsApp, diz pesquisa da ABMRA

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Cerca de 76% os produtores rurais brasileiros utilizam o WhatsApp para negociar, e 74% se mantêm atualizados usando a internet. Essas são algumas das conclusões da 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, divulgada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), na terça-feira, 25.

Previsão do tempo e informação são os principais conteúdos buscados por agricultores e criadores. “Nunca o conteúdo foi tão importante nas mídias digitais”, aponta a pesquisa. “O Facebook continua sendo importante como rede social, porém não para fazer negócios, e o YouTube quase triplicou de importância em relação à pesquisa de 2017”, detalha Jorge Espanha, presidente da ABMRA.

O estudo disponibilizado também constata o avanço das ferramentas de comunicação no campo: 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017. Outro ponto importante é a maior oferta de internet no meio rural, disponível para 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores. 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia.

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Agronegócio na pandemia

A pandemia da Covid-19 causou grandes estragos na economia brasileira. Porém, mais uma vez, o agronegócio se mostrou resiliente. De acordo com a pesquisa, 86% dos agricultores e pecuaristas não fizeram qualquer mudança na administração de suas propriedades e 78% mantêm os planos de investimentos durante a crise sanitária.

Isso se deve, segundo o estudo, ao menor impacto da pandemia. Para 64% dos entrevistados, os reflexos nos negócios foram pequenos. A pandemia tem impacto médio no campo para 11% dos produtores rurais e alto para 25% deles.

Participação das mulheres

A mulher ganha cada vez mais espaço no campo, particularmente em postos de gestão e em determinadas atividades produtivas, representando 26% dos cargos de decisão e comando. Para 94% dos produtores rurais consultados, a mulher é vital ou muito importante no negócio rural.

O Brasil é muito grande e tem características regionais próprias, inclusive em termos de perfil da produção, o que se reflete no resultado da pesquisa. Um exemplo é a mulher no campo, especificamente quanto à sua maior ou menor presença em postos de gestão ou liderança. No leite, por exemplo, ela participa com 88%; em contrapartida, na soja, com apenas 2%.

Futuros dos eventos presenciais

A pandemia mudou a realidade dos eventos. Dias de campo, feiras, exposições, congressos e outros se tornaram virtuais.

“O produtor rural continua preferindo os eventos técnicos e comerciais, porém aguardam com expectativa as edições presenciais. A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural identificou que 39% dos agricultores e criadores foram a eventos presenciais antes da pandemia e que 58% deles pretendem ir no futuro. Essa resposta foi praticamente unânime: os produtores rurais desejam a volta dos eventos presenciais”, aponta Ricardo Nicodemos.

Como foi feita a pesquisa?

Segundo a ABMRA, a pesquisa ocorreu presencialmente, seguindo todos os protocolos de saúde e segurança, e foi realizada entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 com 3.048 produtores rurais (homens e mulheres com poder de decisão, de propriedades de pequeno, médio e grande portes) de 16 estados de todas as regiões do país, abrangendo 14 culturas agrícolas e quatro atividades animais.

“A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural mostra, com exatidão, o que está na mente dos agricultores e criadores neste exato momento em que o Brasil e o mundo ainda são impactados pela pandemia do novo coronavírus”, destaca Ricardo Nicodemos, vice-presidente da associação e coordenador da pesquisa.

Canal Rural