O Operador Nacional do Sistema Elétrico prevê que os reservatórios de pelo menos oito importantes usinas hidrelétricas localizadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste devem chegar a novembro praticamente vazios. A ONS alertou para restrições no atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste e Centro-Oeste através de nota técnica encaminhada ao Ministério de Minas e Energia e para a Agência Nacional de Águas. O documento pede a limitação do uso da água para outros fins, como a redução de irrigação e navegação, para guardar água nos reservatórios. Essa é a primeira vez que um órgão federal alerta para a possibilidade de falta de energia. O cenário que preocupa o governo gira em torno da bacia do Rio Paraná, que engloba as bacias dos rios Paranaíba, Grande Tietê e Paranapanema — responsáveis por 53% da capacidade de armazenamento de água do sistema nacional e que, até o fim de maio, tinha 28% da capacidade máxima.
Para evitar o desabastecimento, diversas medidas foram aprovadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Entre elas: a flexibilização das restrições hidráulicas dos aproveitamentos localizados nas bacias dos rios São Francisco e Paraná, o aumento da geração térmica e de garantia do suprimento de combustível para essas usinas, a importação de energia da Argentina e do Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia. Na última terça-feira , a ANA declarou emergência hídrica na bacia do Paraná. Com a medida, é permitida a limitação de volumes de captação de água nos rios. Com a piora do cenário de chuvas, o governo decidiu buscar usinas térmicas, o que deve encarecer as contas com o acionamento da bandeira vermelha em patamar dois neste mês.
Jovem Pan