Modelo interessante e bem estruturado. Esta é a avaliação do secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, em relação ao Centro de Valorização de Resíduos Sólidos implantado pela Transforma Energia na cidade de Caiabu – 20 km de Presidente Prudente. No sábado (29), o evento de apresentação das plantas industriais contou com a participação de empresários, representantes de diversos municípios e autoridades.
A empresa já conta com duas plantas industriais em operação comercial: a de grandes volumes, com capacidade de 20 toneladas por hora, e a de resíduos de construção civil, com capacidade de 75 toneladas por hora. Desta forma, municípios da região iniciam diálogo para a destinação de material ao complexo industrial. Para tal, há a necessidade de abertura de licitação.
“Precisamos profissionalizar e transformar a questão do resíduo sólido em um empreendimento. O resíduo tem que ser aproveitado e ser um grande gerador de desenvolvimento”, comenta Penido, que também fez a entrega simbólica das licenças de operação das plantas, que já tinham sido emitidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Ao analisar o empreendimento, Penido cita a empresa como modelo de projeto sustentável para ser “replicado”. “É levar esse conceito para a região e expandir para que cada vez mais possamos nos orgulhar do desenvolvimento sustentável”, pontua.
“É um dos modelos a ser seguido, existem várias soluções e alternativas. Mas, o modelo aqui aplicado é perfeitamente replicável. É um modelo extremamente interessante, muito bem estruturado. Junto com outras alternativas que temos, pode ser a solução para a questão do resíduo sólido”, complementa.
Até o começo de 2022, a empresa colocará em operação a planta de resíduos sólidos urbanos, além dos aterros sanitários, o que pode tornar-se como a única alternativa para municípíos com prazos mais apertados, como é o caso de Presidente Prudente, que deverá encerrar as atividades de seu aterro nos próximos meses.
“Aqui se resume o conceito de desenvolvimento sustentável, o caminho traçado está certo. E a regionalização é a saída para os municípios”, diz, ao falar sobre a destinação correta dos resíduos e prazos finais impostos pelo marco regulatório de tratamento e destinação final de resíduos.
Soluções mais avançadas
O secretário municipal de Meio Ambiente de Presidente Prudente, Fernando Luizari, destaca a rapidez da iniciativa privada em apresentar soluções tecnológicas mais avançadas. “A iniciativa privada tem a facilidade de andar mais rápido do que o Poder Público. Queremos exatamente isso, transformar o lixo em geração de energia. Lixo não é lixo, é luxo”, frisa.
“É uma solução nova, vamos apreciar para que possamos ter a solução definitiva para o lixo de Prudente, seja ele na forma de transformação de energia ou de aterro sanitário, o que não pode mais é admitir que o lixo seja tratado como era anteriormente”, reforça.
Segundo ele, empreendimentos privados serão a saída em relação ao fim do prazo para implantação de aterros sustentáveis. “Entendo que os prazos são muito curtos. Tivemos 20 anos para resolver a questão do lixo e nada foi feito. Empurraram a questão com a barriga. Hoje, a construção de aterro demandaria tempo superior àquele que está aí. Vejo com bons olhos a iniciativa privada, é a saída. Hoje, falar em uma construção de aterro demandaria mais alguns anos e nós não temos esse prazo”.
Este é o mesmo pensamento compartilhado pelo prefeito de Álvares Machado e presidente do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista (Cirsop), Roger Gasques. “Além do custo benefício para os municípios em não ter muitas despesas, vem para muitos de nós como um sonho. Estaremos deixando de enterrar o lixo, enterrar riquezas, para reaproveitar, gerando renda e emprego”, diz.
“Somos privilegiados por ter esse tipo de empreendimento na região. Nós, pelo consórcio, que trabalhamos para buscar recursos e amenizar esses custos para a população, vemos isso como uma alternativa. O consórcio foi classificado para realizar licitações e chamamentos em nível nacional. Se torna uma alternativa, a empresa poderá participar disso”, revela.
Para o deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), a operacionalização do complexo industrial implantado em Caiabu pode poupar os municípios da região da árdua busca de recursos e possíveis endividamentos.
“Eu penso que sim. Na medida que tem um investimento desse, o município não vai precisar buscar recursos para se endividar. O município vai ter que ser parceiro e trabalhar com esses investimentos aqui”, sinaliza.
Portal Pruentino