Ao divulgarem os resultados do abate inspecionado de animais (boi, suíno e frango) no primeiro trimestre de 2021, o IBGE e grandes meios de comunicação enfatizaram, sobretudo, o fato de o número de cabeças de bovinos abatidas no período ter recuado 10,5% em relação ao mesmo período de 2020.
Porém, o que interessa de fato nesses levantamentos não é o número de cabeças abatidas e, sim, o volume de carne delas proveniente. E o levantamento do próprio IBGE mostra não só que a redução no volume de carne bovina foi bem menor que a apontada pelo número de cabeças abatidas, mas também – e principalmente – que no trimestre houve aumento na produção total das três carnes. Porque, em suma, as três apresentaram aumento de produtividade.
Para comprovar, basta contrapor o número de cabeças abatidas ao volume de carne produzida. E a tabela abaixo mostra o resultado disso: considerados os pesos médios registrados, a produtividade do boi aumentou 3,69%, a do suíno 2,04% e a do frango 1,90%.
Como consequência, o volume total das três carnes aumentou pouco mais de 2%, passando de 6,406 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2020 para 6,539 milhões de toneladas em idêntico período deste ano. E, ao fim, é isso que mais importa.
Apenas para completar, um desabafo: do total produzido neste primeiro trimestre, 18% foram de carne suína, 26% de carne bovina e 56% de carne de frango. Ou seja: quase três quartos da produção de carnes do Brasil são diretamente dependentes de um insumo básico – o milho – que, nas condições econômicas atuais, tornou-se praticamente inacessível. E avicultura e suinocultura continuam ao Deus dará.
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