Janelas: como escolher o melhor material e modelo para sua casa

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É possível que, apenas ao passar por uma reforma ou construção, você passe a dar o devido valor às janelas. Elas são responsáveis por ventilar e banhar os cômodos de luz natural, tem participação direta na segurança do imóvel e conectam o espaço interno com o exterior, como uma rota de fuga ao olhar. Os modelos, tamanhos e materiais variam, e para ajudá-lo nessa escolha, reunimos dicas de alguns profissionais.

MODELOS

Cada ambiente pede um determinado tipo de janela, então, é importante entender as necessidades de cada um. Quando se trata de um apartamento, a janela deve atender às especificações do condomínio. “Já que estão à mostra na fachada do prédio, elas costumam ter um padrão e essas regrinhas precisam ser seguidas à risca”, reforça Erika Mello, do escritório Andrade & Mello Arquitetura.

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Entre os modelos mais comuns de janelas estão basculante, pivotante, máximo-ar, guilhotina, de abrir, de correr e venezianas. Confira as principais características, vantagens e desvantagens de cada um a seguir:

  1. Basculante: Subdividida sem placas, por meio de comandos especiais, giram em torno de eixos horizontais. São bastante utilizadas em banheiros, cozinhas e áreas de serviço. “Isso porque se consegue manter alguma abertura e ventilação mesmo quando está chovendo e, caso necessário, em dias de vento frio, pode ser fechada completamente”, explicam os arquitetos Carina Pederzoli e Rodrigo Amaral, à frente do escritório Dos Mundos.
  2. Pivotante: Com um movimento giratório contrário ao basculante, em torno do eixo vertical, ela costumava ser muito utilizada em salas para trazer claridade ao ambiente e garantir a entrada de ar. O seu vidro pode ser inteiro ou então quadriculado.
  3. Máximo-mar: Semelhante à basculante, costumam ser feitas em uma única peça e abrem somente para o lado externo da construção. Quando abertas, deixam os vidros dispostos perpendicularmente ao caixilho, permitindo total ventilação e iluminação. São indicadas para ambientes que precisam de grande circulação de ar, como cozinhas e áreas de serviço.
  4. Guilhotina: Composta por um vidro fixo na parte superior e outro vidro móvel na parte inferior, ela corre para cima e para baixo, como o nome já sugere. É ideal para ambientes onde se deseja grande iluminação e ventilação.
  5. De abrir: Geralmente, abrem para a parte externa da construção, já que ocupam uma grande área para fazer o giro de abertura. Elas favorecem a ventilação do ambiente e são muito comuns em casas, especialmente em salas e dormitórios.
  6. De correr: Como o próprio nome sugere, as janelas de correr deslizam da esquerda para a direita e, por isso, ocupam pouquíssimo espaço. São muito indicadas para ambientes pequenos e se popularizaram nos apartamentos. “É um sistema ideal para regular a quantidade de ventilação e, por ser de vidro, favorece a iluminação natural. Por outro lado, precisa de manutenção e limpeza constantes”, afirma a arquiteta Juliana Atti.
  7. Venezianas: Mesclam folhas de vidro e alumínio vazado, sendo ideal para dormitórios por conseguirem dosar a entrada de luz, além de proporcionar ventilação mesmo fechadas. “A principal desvantagem é a limpeza, pois os furos acumulam sujeira”, destaca Juliana.

TAMANHO

As dimensões mais comuns à pronta entrega variam conforme a região, mas no Sudeste, em geral, usam-se múltiplos de 20 cm. Para venezianas, são comuns as dimensões 120 x 120 cm ou 140 x 120 cm. Janelas de correr variam de 120 x 120 cm a 200 x 120 cm, mas para cozinhas e áreas de serviço, a altura padrão é de 105 cm. Já a máximo-ar costuma ser encontrada em 60 x 60 cm, 80 x 60 cm e 120 x 60 cm. “Essas são apenas as medidas mais comuns e baratas encontradas à pronta-entrega, mas é cada vez mais comum o uso de janelas personalizadas”, explicam Carina e Rodrigo.

Segundo a arquiteta Juliana Atti, o cálculo genérico para o vão da área que a janela virá a ocupar deve ser ⅛ da área do cômodo e, no caso de banheiros, 1/10.

MATERIAL

A escolha do material da janela deve levar em consideração as prioridades da obra, o estilo arquitetônico, o tipo de abertura, o tamanho do vão, a localização e a verba do cliente. Os principais estão listados abaixo.

  1. Madeira: A madeira oferece um ótimo isolamento térmico e acústico, é um material muito versátil que possibilita uma gama de personalização de modelos e adaptação a vãos pré-existentes. As madeiras itaúba e jatobá são as mais utilizadas por sua resistência. “Mas, por se tratar de um material natural, as janelas deste material sofrem rápido desgaste se exposto às intempéries. Com as chuvas e a umidade, a madeira poderá rachar e até apodrecer, sendo necessária a substituição total da janela”, explica Juliana. Outras desvantagens são a dilatação térmica e a ação de pragas como cupim e broca.
  2. Alumínio e aço: As peças de alumínio e aço são as mais procuradas no mercado e, por isso mais facilmente encontradas em medidas padrão à pronta-entrega. Proporcionam um bom custo-benefício, excelente vedação, fácil limpeza e manutenção, não enferrujam e tem rápida instalação. Porém, com o uso, o material sofre desgaste e exige uma manutenção periódica. Outro ponto negativo é que, por ser pintada, poderá descascar com maior facilidade.
  3. Ferro: Um dos materiais mais antigos da arquitetura, o ferro é indicado apenas para regiões distantes do litoral, pois não suporta alta umidade e maresia, enferrujando. Fora dessas condições, apresenta uma boa resistência ao vento e à chuva, e pode ser pintado facilmente da cor desejada. Representa um custo elevado na obra e necessita de manutenção constante.
  4. PVC: As janelas deste material são extremamente duráveis – podem passar de 50 anos e praticamente dispensam cuidados. É o material com melhor isolamento térmico e acústico no mercado, não enferruja, tem excelente vedação e é fácil de limpar e manusear, mas apresenta um custo mais elevado em comparação aos outros materiais.
  5. Vidro temperado: Janelas de vidro temperado são aquelas que possuem apenas algumas ferragens de alumínio, mas não o corpo principal neste material. Oferecem baixa manutenção e custo, mas possuem problemas de vedação à chuva e ao vento.

COMPRA

Na hora da compra é importante consultar a certificação das janelas. Um parâmetro pode ser o selo do Inmetro, que assegura o atendimento total às normas técnicas nacionais. “É necessário pesar a luminosidade e a ventilação pretendidas e o orçamento destinado a esse quesito na obra, pois janelas feitas sob medida costumam custar cerca de 15 a 20% mais que as compradas prontas”, destaca Juliana.

A qualidade da peça, revelada na precisão dos encaixes, das vedações, nas ferragens e no acabamento é outro aspecto determinante. Não deixe de verificar também o vão pré-existente no local da obra, a insolação e direção dos ventos. E questione a reputação do fabricante. “Ele entrega o que promete? Há muitas reclamações de consumidores? Quais os problemas relatados? Ele se preocupa com o pós-venda? Resolve os problemas? Qual a garantia fornecida?”, aconselham Carina e Rodrigo.

INSTALAÇÃO

“Assim que receber o produto, verifique se a nota fiscal está de acordo com o material entregue. O próximo passo é checar se não há avarias no produto. Feito isso, confirme se existe uma pequena folga entre as dimensões do vão e as dimensões do produto, já que a janela precisa encaixar dentro do vão”, recomenda Juliana. Com relação à instalação em si, é imprescindível seguir as orientações indicadas pelo fabricante e é recomendada a contratação de mão de obra especializada. “Muitas vezes, a instalação malfeita causa problemas de uso e anula a garantia do fabricante”, alertam Carina e Rodrigo.

Os modelos de alumínio e PVC exigem a instalação prévia do contramarco, espécie de moldura chumbada no interior do vão, que garante a vedação completa. Já os modelos de madeira são instalados com espuma de poliuretano – após a injeção, o material se expande garantindo a vedação e fixação da esquadria.

MANUTENÇÃO E LIMPEZA

A manutenção sempre dependerá do material escolhido e deve seguir os procedimentos indicados pelo fabricante da peça. Com exceção das janelas de madeira e ferro, que requerem a aplicação de pintura e verniz anualmente, a manutenção básica diz respeito à limpeza, lubrificação dos trilhos, verificação das dobradiças e da vedação dos vidros. “Notando-se qualquer anormalidade de funcionamento, deve-se chamar a assistência técnica, evitando que o problema se agrave. Assim, dificilmente será necessário substituir a peça”, aconselham Carina e Rodrigo.

Juliana recomenda que a limpeza geral seja feita semanalmente e a detalhada, que contempla trilhos, drenos e roldanas, uma vez a cada 3 meses, sempre utilizando detergente neutro com bucha macia ou pano. Não é recomendado o uso de produtos abrasivos, objetos pontiagudos e palha de aço para não comprometer o acabamento. “Verifique a vedação dos vidros e aplique um spray lubrificante nos rodízios anualmente. Aperte os parafusos sempre que julgar necessário”, afirma.

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