Não é novidade que os SUVs vão dominar a indústria automotiva nos próximos anos. Por aqui, as marcas ainda investem nos segmentos de modelos compactos e médios, mas em países como a Índia as atenções já se voltam para os subcompactos – ou simplesmente “mini SUVs”.
Dois deles podem estrear em breve por aqui. Nissan Magnite e Renault Kiger são praticamente o mesmo carro, e não apenas por derivarem da mesma plataforma. Ambos são feitos na mesma fábrica, compartilham motorizações, transmissões e chassis.
Base de Kwid facilitaria produção no Brasil
O Kiger é feito sobre a plataforma CMF-A+, uma versão modificada e alongada da base CMF-A do Kwid. É isso que facilitaria sua produção (e do Magnite) no Brasil. Até o momento, é mais provável que o Nissan Magnite seja nacionalizado, podendo ser produzido em Resende (RJ).
Apesar do parentesco longe dos olhos, visualmente o Kiger se diferencia bastante de seu irmão mais velho. As linhas são mais parrudas e modernas, embora a dianteira guarde semelhanças com o Kwid reestilizado, que deve estrear no mercado brasileiro ainda neste ano.
Já o Magnite tenta se aproximar mais do estilo da Nissan. No seu caso, a referência de design é o Kicks, algo que fica claro pelo desenho da grade frontal e dos faróis mais afilados.
Mesmo compartilhando a base com o modelo da Renault, o site da Autocar India ressalta que o Magnite é maior em praticamente todas as dimensões. As exceções vão para a distância entre eixos, de 2,50 metros nos dois modelos, e os 20,5 cm de altura livre do solo.
Cabine do Kiger é mais sofisticada
Por dentro, ambos disfarçam com competência a origem mais humilde. A publicação relata que a cabine do Kiger abusa dos apliques em preto brilhante “para dar um visual mais sofisticado”.
Sobraram elogios para a tela de oito polegadas da central multimídia e os botões dos comandos de climatização, que aparentam ser os mesmos do Duster brasileiro.
Na opinião da equipe da Autocar, o painel digital do SUV da Renault é mais bem resolvido do que o visual rebuscado de seu primo da Nissan.
O Kiger também ganha pontos em relação ao Magnite por trazer mais porta-objetos espalhados pelo interior, como um generoso porta-luvas duplo e um nicho bastante generoso à frente da alavanca de câmbio.
Na opinião da redação indiana, os bancos dianteiros são mais anatômicos e possuem apoios laterais mais pronunciados, embora a espuma pareça ter densidade um pouco mais firme do que no Magnite.
Os indianos elogiaram a posição de guiar bastante alta, que proporciona uma boa visibilidade dianteira. O mesmo, porém, não se pode dizer da traseira, cuja visão é prejudicada pelo tamanho da vigia.
As críticas foram feitas para a ergonomia do projeto: os botões dos vidros elétricos ficam longe das mãos do motorista, o apoio para o pé esquerdo do motorista é bastante apertado e as manoplas do câmbio e do freio de estacionamento estão afastadas do condutor.
Embora tenha muitos elementos em comum, o interior do Magnite tem apliques na cor prata em vez do preto brilhante do Kiger. Outras diferenças apontadas pela Autocar estão nas saídas de ar-condicionado têm formato hexagonal e nos bancos, que são mais confortáveis e possuem a base mais alongada para sustentar melhor as coxas dos passageiros.
Mesmo tendo menos de 4 metros de comprimento, Kiger e Magnite chamam atenção pelo espaço no porta-malas. São generosos 405 litros no SUV da Renault e 336 litros de capacidade volumétrica no porta-malas no Nissan.
Porém, o desenho da tampa traseira do modelo da Renault (que é um pouco mais alta) dificulta o embarque de objetos maiores ou mais pesados.
Kiger e Magnite são bem sofisticados em suas versões mais caras. Ambos trazem central multimídia com tela tátil de 8 polegadas, faróis full LED, rodas de liga leve de 16 polegadas, ar-condicionado digital, câmera de ré, saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e painel digital.
Enquanto o Renault traz airbags laterais dianteiros (ausentes no primo da Nissan), seletor de modos de condução e sistema de som com oito alto-falantes, o Magnite dá o troco com piloto automático e câmera com visão em 360 graus. O SUV da Nissan se destaca por vir com controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas e sensor de pressão de pneus.
Magnite é mais silencioso e Kiger se dá melhor na cidade
A motorização é a mesma 1.0 turbo de três cilindros, fruto de um desenvolvimento realizado pela aliança Renault-Nissan. A potência é de aproximadamente 101 cv.
De acordo com a Autocar India, o desempenho é semelhante nos dois modelos, mas o rodar é “um pouco mais refinado” no Magnite, que traz um isolamento acústico de melhor qualidade. No Kiger, as vibrações são transmitidas para a cabine – assim como ocorre no Kwid atualmente vendido no Brasil.
A publicação afirma que os três modos de condução (Eco, City e Sport) oferecidos no Kiger fazem uma “diferença substancial” nas respostas do acelerador.
No modo mais econômico, o Kiger parece anestesiado na opinião dos jornalistas indianos. O comportamento do mini SUV muda drasticamente quando o condutor seleciona os demais modos, sobretudo no Sport. Esta alteração, no entanto, é perceptível apenas quando o acelerador é pressionado a meio curso.
Na aceleração total, o comportamento do Renault é praticamente o mesmo independente dos modos, e existe uma inconsistência na progressividade do desempenho, já que o motor não funciona de forma tão redonda como deveria.
Como já citado anteriormente, o Magnite possui um rodar muito mais suave do que o Kiger. Além do rodar mais silencioso, o carro transmite menos vibrações para a cabine. O desempenho é entregue de maneira mais linear.
Na opinião da Autocar, essas diferenças de comportamento são resultado de calibrações feitas por cada fabricante. No geral, a reportagem indica que o Kiger é um pouco mais “amigável para a cidade”, uma vez que os modos de condução exploram melhor o potencial do motor 1.0 turbo em diferentes condições urbanas.
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