A campanha de vacinação contra a gripe do Ministério da Saúde acabou em agosto, mas não atingiu a meta estipulada. Segundo a pasta, 77% dos brasileiros que fazem parte do público alvo da vacinação contra a gripe foram imunizados.
A avaliação é a de que a cobertura entre os estados ao longo de 2021 terminou de forma desigual, já que o foco neste ano era o combate ao novo coronavírus. O programa de imunização da população contra a Covid-19 ficou em destaque, por ser uma prioridade, e pode ter dificultado a campanha de vacinação da gripe. Cada cidade teve autonomia para definir estratégias, como o “dia D”.
Em audiência na Câmara, a técnica do Ministério da Saúde, Thaís Menuzi, ressaltou que o ano deve ser considerado atípico.”A vacinação da Covid-19 requer em torno de 14 dias de intervalo para que se possa fazer uma aplicação da vacinação em um indivíduo. Isso é um grande desafio, fazer aquela pessoa retornar ao posto.
Além disso, muitos ficaram esperando o momento de se vacinar e acabaram perdendo essa oportunidade”, disse Thais. Segundo ela, 48% da população se vacinou contra a influenza.
Segundo o epidemiologista José Ribeiro, a cobertura de imunização contra a gripe vem caindo no Brasil desde 2016. “Nos últimos cinco anos, nós temos tido faltas episódicas de vacinas que levam a família ir à unidade [de saúde] e ter que retornar em outro momento, mas nem sempre retornar.
São contadas falhas no nosso sistema de informação, que hoje utiliza a internet e muitas unidades brasileiras têm dificuldade de acesso. Há também muitos que consideram que a questão das fake news de grupos antivacinas também tem interferência na questão”, afirma. Para Ribeiro, faltaram campanhas mais agressivas em função da imunização contra a gripe. Centenas de cidades do país prorrogaram a vacinação e, mesmo assim, na maioria a meta não foi atingida.
Com informações da repórter Nanny Cox. – Jovem Pan