A agropecuária vive um momento de escalada de custos de produção. Dados divulgados pelo projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, apontaram alta para vários itens de janeiro a setembro deste ano. O glifosato, herbicida mais utilizado na agricultura, subiu 126,8%. O fertilizante cloreto de potássio, por exemplo, avançou 152,6%. A ração registrou valorização de 15,1%. Além disso, a alta da energia e dos combustíveis encolheu as margens em diferentes elos da cadeia. Para 2022, o desafio será gerir a alta de custos e expectativas de preço mais baixos do que nos últimos anos, se confirmada a recomposição de estoques. O potencial aumento da oferta, seja na pecuária ou nos grãos, pode evitar elevação nas cotações e gerar necessidade de aprimoramento da gestão para que as contas fechem no azul, já que o residual de custos altos tende a permanecer por um tempo.
É bom lembrar que, no quesito insumos, a preocupação na agropecuária vai além de custos. Há uma série de incertezas em relação ao fornecimento de produtos essenciais, como é o caso dos fertilizantes. Problemas na cadeia logística e questões geopolíticas ao redor do mundo aumentaram a tensão e mantém em alerta agricultores que precisam receber o adubo para as safras de inverno. Com o cenário desafiador que se desenha para 2022 as margens podem ficar mais espremidas. Ter um diagnóstico claro da situação financeira, proteger o caixa e elencar prioridades para investimentos são estratégias recomendadas para adentrar no próximo ciclo agrícola e pecuário com condições de manter a sustentabilidade do negócio ao longo do tempo.
Jovem Pan