Mercado encosta previsão da inflação em 10% em 2021 e vê PIB abaixo de 1% em 2022

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O mercado financeiro revisou novamente a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e 2022, ao mesmo tempo que acelerou a estimativa de alta da inflação, conforme as previsões do Boletim Focus divulgadas nesta terça-feira, 16, pelo Banco Central.

A mediana para o desempenho da economia em 2021 passou para crescimento de 4,88%, ante 4,93% na semana passada. Para 2022, a pesquisa feita com mais de cem bancos, consultorias e outras instituições aponta para alta de 0,93%, contra a expectativa de 1% da edição anterior. A onda de revisões para baixo é reflexo da expectativa de agravamento do cenário econômico após o apoio do governo federal à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que autoriza o adiamento do pagamento de dívidas da União e muda o prazo para o cálculo da inflação no teto de gastos.

O texto aguarda a apreciação no Senado. Dados do IBC-Br, considerado a prévia do PIB, também divulgados pelo Banco Central nesta manhã indicam para a retração 0,14% do PIB no terceiro trimestre.

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O Boletim Focus também mostra nova expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira. Para este ano, a projeção foi a 9,77%, contra 9,33% na edição passada. Foi a 32ª semana seguida de revisão para cima.

O Banco Central tem meta inflacionária da 3,75% neste ano, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. Já para 2022, o mercado estima que o IPCA alcance 4,79%. Na semana anterior, a mediana apontava para alta de 4,63%. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,50%, com variação entre 2% e 5%.

O IPCA avançou 1,25% em outubro, o maior registro para o mês desde 2002. O resultado levou o acumulado dos últimos 12 meses a 10,67%, maior valor para o período desde janeiro de 2016.

Apesar da alta do IPCA, os analistas mantiveram a projeção para a Selic em 9,25% ao ano em 2021, e 11% em 2022. O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a escalada dos juros em outubro ao acrescentar 1,5 ponto e elevar a Selic a 7,75% ao ano. Em ata, a autoridade monetária indicou aumento da mesma magnitude na reunião de dezembro, a última de 2021, fechando a taxa a 9,25% ao ano.

O mercado estima que o BC deve seguir a alta nas primeiras reuniões de 2022 subir a taxa de juros para acima de dois dígitos já no primeiro trimestre. O BC reconhece que a estratégia deixa a Selic em campo contracionista, ou seja, quando os juros prejudicam o desenvolvimento da atividade econômica. Para o câmbio, a expectativa do Boletim Focus manteve a projeção da cotação de R$ 5,50 neste ano e em 2022.

Jovem Pan