Manutenção de colheitadeiras evita perdas e proporciona qualidade ao grão

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Evitar a paralização dos trabalhos em campo por meio da manutenção preventiva das colheitadeiras de soja proporciona melhor qualidade física do grão e maior aproveitamento de safra. Este tema permeou o 23º episódio do programa Aliança da Soja.

Para o instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar-GO), Marcos Corrêa Mamprim, ainda que as máquinas venham passando por inovações constantes nos últimos anos, o fator humano continua sendo a parte mais importante de todo o processo.

“Muitas tarefas podem ser feitas de forma automática por meio de gravação de situações em que a máquina vai respondendo, mas no dia a dia percebemos que o terreno, as plantas e outros fatores sofrem mudanças metro a metro e é preciso respeitar essas modificações, sendo que apenas o operador é capaz de percebê-las e realizar as alterações necessárias a cada momento”, afirma.

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Segundo ele, a capacitação do trabalhador visa exatamente o reconhecimento de situações peculiares e o momento certo de agir.

Mamprim destaca que um dos fatores mais críticos e que demandam mais atenção do operador é a valeocidade de deslocamento da barra. “Tanto o terreno quanto as plantas, inclusive as ervas daninhas, podem exigir uma alteração nessa velocidade de deslocamento, além da questão da altura e da resposta que a colheitadeira faz a cada momento no terreno de acordo com a sua ondulação”, explica.

Com relação ao molinete, a altura da planta também muda diversas vezes durante o trabalho no mesmo talhão, o que necessita de ajustes constantes. “Daí para frente, conforme a alimentação da máquina, o operador vai fazendo os ajustes necessários na parte de trilha e separação”.

De acordo com o instrutor, a função principal do operador da máquina é garantir a qualidade de todo o processo e a redução de perdas faz parte deste trabalho. “Portanto, há necessidade de realizar vistorias das condições de trabalho e, à medida em que a máquina vai fazendo a sua colheita, verifica-se no próprio terreno a quantidade de produto que está sendo perdido. Essa perda pode acontecer em, basicamente, duas partes da colheitadeira: a de corte e alimentação, que é onde ocorre cerca de 90% das perdas; e também a parte industrial, que é toda a etapa de trilha, de separação e de limpeza. Nesta última parte, a própria máquina informa se há perdas, mas na de corte e alimentação isso não ocorre”, finaliza.

Etapas do sistema de colheitadeiras

Uma colheitadeira opera baseada em sete etapas, de acordo com pesquisador da Embrapa, José Miguel Silveira. A saber:

Corte: corta as plantas e conduz para o centro da plataforma, que alimentará uma esteira.

Trilha: processo de retirada do grão da massa vegetal

Separação: conduz a massa vegetal para a parte traseira da máquina, onde ocorre a trituração

Limpeza: separação da massa vegetal dos grãos com o auxílio de ventilação forçada

 

Transporte: conduz as vagens para serem novamente trilhadas e armazena os grãos no graneleiro

Armazenagem: o graneleiro onde são depositados os grãos limpos

Descarga: transporta os grãos do graneleiro para uma caçamba ou caminhão que leva a carga para o local de armazenagem.

Trabalho integrado

Para o produtor rural de Cesário Lange (SP), Emerson Paes de Camargo, o trabalho de manutenção em uma colheitadeira deve começar a ser feito, no mínimo, um mês antes de iniciar a retirada da oleaginosa do solo.

Segundo ele, o indicado é que os operadores da máquina atuem ao lado dos mecânicos. “Nossa equipe tem pessoal que trabalha junto há 14 anos. É uma equipe bem entrosada e, como é pequena, sempre estamos juntos acompanhando. Precisamos de um bom rendimento de hectares/hora, então a máquina precisa estar bem ajustada para trabalhar”, explica.

Camargo detalha que não basta a máquina estar calibrada com os sensores de perda e de qualidade, visto que é preciso, também, acompanhar diariamente de perto a campo. O produtor ainda conta que, recentemente, trocou três colheitadeiras usadas por uma mais nova, com pacote tecnológico embarcado, o que lhe dá mais confiança e tranquilidade.

“Para esta safra, plantamos 400 hectares de soja que está para ser colhida neste mês de fevereiro e a produtiva esperada é de 75 sacas por hectare de média final. A boa regulagem da colheitadeira faz com que se evite perdas e ainda tem a vantagem de evitar impurezas e a quebra dos grãos”, conta.

Canal Rural