Por 26 a zero, Rogério Caboclo foi punido com mais vinte meses de suspensão na quinta-feira, 24. Com isso, ele está afastado definitivamente no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desta forma, uma nova eleição será convocada para conhecer o novo mandatário, que terá mandato válido até abril de 2023. Antes disso, entretanto, um novo imbróglio jurídico precisará ser desfeito. Isso porque ao mesmo tempo em que os 26 dirigentes estavam reunidos no prédio da CBF para apreciar o parecer da Comissão de Ética que pedia o afastamento de Caboclo – seriam 27, mas a federação de futebol do Pará não participou porque, por lá, também há dúvidas sobre quem a dirige – , em Brasília o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinava que a CBF nomeie interinamente seu diretor mais velho para comandar a entidade.
O magistrado reconsiderou em parte uma decisão proferida no início de dezembro do ano passado em ação movida pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). O órgão contesta a alteração no estatuto que modificou os critérios para votação à presidência e que serviu para eleger Caboclo em 2018. Com a decisão do ministro, um novo imbróglio está formado. Primeiro, porque há divergência sobre quem é o diretor mais velho da entidade: Oswaldo Gentille, o Dino, que é diretor de Patrimônio; ou Carlos Eugênio Lopes, vice-presidente Jurídico. Apesar de ser mais velho que Dino e estar na entidade desde a década de 1980, o cargo de vice-presidente Jurídico não consta no estatuto da CBF. Além disso, Lopes é um dos advogados que defendem a confederação nessa ação.
Outra dúvida que percorre os corredores da CBF é se a Assembleia Geral que está sendo realizada tem validade, visto que a decisão de Humberto Martins foi proferida ao mesmo tempo. O discurso que está sendo preparado é de que a entidade não foi notificada e que, portanto, a reunião do colegiado e sua decisão foram legítimas. A assembleia que reuniu dirigentes das 26 federações estaduais foi convocada para votar o parecer da Comissão de Ética da CBF que pedia nova suspensão a Rogério Caboclo. Afastado de suas funções em setembro do ano passado até março do ano que vem, o cartola acabou punido nesta quinta por mais 20 meses, período que ultrapassar o prazo de seu mandato, previsto até abril de 2023.
*Com informações do Estadão Conteúdo – Jovem Pan