Mercado sobe estimativa para a inflação em 2022 e vê juros mais altos em 2023

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O mercado financeiro elevou pela oitava semana seguida a expectativa para a inflação em 2022 e passou a ver os juros mais pressionados no ano que vem, segundo previsões do Boletim Focus, divulgadas nesta segunda-feira, 7. A pesquisa do Banco Central (BC) com mais de uma centena de instituições também mostrou maior otimismo para a economia neste ano após a surpresa positiva com o Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2021. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim de 2022 passou para 5,65%, ante projeção de 5,6% na edição anterior. A revisão afasta o patamar da meta de 3,5% determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2% e 5%. A prévia da inflação foi a 10,76% em fevereiro. Os dados consolidados do mês serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 11. A expectativa com a inflação em 2023 foi mantida em alta de 3,51%. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,25%, com limites de 1,75% e 4,75%.

A pressão sobre a variação de preços neste ano, que deve ser intensificada pela disparada de commodities em meio ao conflito no Leste Europeu, levou o mercado a enxergar os juros a 8,25% ao ano em 2023. Foi a primeira revisão para cima após 12 semanas com a expectativa estacionada em 8%. A projeção para a Selic em 2022 foi mantida em 12,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa de juros a 10,75% na primeira reunião de 2022, em fevereiro, e contratou nova alta para o encontro agendado para o fim deste mês, apesar de admitir que deve reduzir o ritmo. As falas do BC na direção de elevar a Selic até que as expectativas para a inflação neste ano e em 2023 sejam ancoradas fazem alguns especialistas preverem a taxa encostando em 13% ao fim de 2022.

Os analistas do mercado subiram a expectativa para o PIB de 2022 para 0,42%, contra a expectativa de 0,3% mantida nas quatro semanas anteriores. O tom mais otimista segue a publicação do crescimento de 4,6% da economia brasileira em 2021. A alta foi puxada pelo setor de serviços (4,7%) e pela indústria (4,5%), enquanto o agronegócio registrou queda de 0,2%. Os dados do IBGE mostraram avanço de 0,5% no último trimestre, na comparação com o mesmo período anterior, surpreendendo o mercado, que aguardava alta próxima de 0%. A indicação de tração nas atividades no fim do ano passado, no entanto, é prejudicada com o recente conflito na Ucrânia e os seus desdobramentos na economia global. O mercado também passou a ver o câmbio mais favorável ao real ao cortar a expectativa do dólar para R$ 5,40 no fim deste ano, contra previsão de R$ 5,50 na semana passada. A divisa brasileira tem se beneficiado pela recente valorização das commodites e com o fluxo positivo de dólares diante do aumento do retorno com a renda fixa pela escalada dos juros.

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