Renault terá gama de SUVs para todos os gostos e bolsos no Brasil

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Um anúncio relevante que ocorreu nos últimos dias foi a confirmação, por parte da Renault, de que prepara um SUV inédito a ser fabricado no Brasil sobre a plataforma CMF-B, a opção mais moderna do conglomerado francês para veículos de porte compacto e que já prevê a eletrificação do conjunto mecânico.

Vale lembrar que, em maio de 2020, a Aliança Renault-Nissan já havia anunciado a “racionalização” de seu esquema de plataformas e produção no Brasil, migrando apenas para o uso da arquitetura CMF-B em seus futuros hatches e SUVs de suas marcas no país.

À época, a Aliança também confirmou 7 novidades oriundas do novo formato de atuação no Brasil, que terá uma fábrica exclusiva para a produção de hatches e outra dedicada à montagem de SUVs.

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SUVs da Renault

Parece cada vez mais provável que a Renault deverá investir em um portfólio nacional amplamente focado no segmento de SUVs.

A estratégia seria natural, uma vez que vai ao encontro da nova premissa da Renault de focar muito mais em rentabilidade para seus negócios do que apenas no volume de vendas em si.

Como SUVs e picapes são veículos mais caros do que hatches e sedãs, eles conferem aos fabricantes margens de lucro superiores, portanto ganham uma atenção cada vez maior.

Outro ponto reside na própria demanda do público global por SUVs e crossovers, estilos que caíram no gosto dos consumidores por uma série de motivos, entre eles a posição de dirigir elevada.

Opção certa

Entre as opções que a Renault estuda para o mercado brasileiro, é fato que um modelo apontado como certo para ser nacionalizado é a versão da marca francesa para o SUV final derivado do conceito Dacia Bigster.

O modelo de maior porte (especula-se comprimento na casa de 4,60 m) deverá, inclusive, posicionar a Renault no segmento de SUVs 7 lugares, que tende a ficar cada vez mais aquecido por aqui.

Um produto como o Bigster poderia mirar em consumidores que desejam um utilitário com espaço superior para passageiros e bagagens, porém com preços não tão elevados como o de um Jeep Commander, por exemplo.

Certamente um modelo como o Bigster seria capaz de resultar em boas margens para a Renault e poderia atuar em uma segmentação de mercado interessante.

Projeto HJF

Se o Bigster é praticamente um SUV médio, olhando para a faixa de entrada do segmento de SUVs/crossovers, a Renault terá como uma de suas principais apostas para o mercado brasileiro o futuro modelo derivado do projeto HJF.

Conforme o colunista do AUTOO, Fernando Calmon, antecipou em um texto recente, sabe-se que o projeto HJF encontra-se em “estágio avançado de desenvolvimento”, já sobre a plataforma CMF-B.

Previsto para estrear no começo de 2024, Calmon também menciona em seu texto que o projeto HJF contempla a criação de um modelo inédito, “até agora sem correspondente na Europa”.

Apesar de uma unidade do Dacia Stepway ter sido flagrada recentemente em testes no Brasil, o dado apurado pelo colunista afasta qualquer possibilidade de nacionalização do crossover europeu. Faz sentido, contudo, que a geração mais recente do Stepway sirva de “mula” para o desenvolvimento do projeto HJF local.

Ponto importante a ser considerado sobre o novo modelo é a presença do motor 1.0 tricilíndrico turbo, o que reforça a tese de que o HJF está mais para um SUV de entrada do que um modelo de maior porte como um SUV compacto tradicional.

Olhando para o portfólio de outras marcas, talvez a Renault esteja de olho em trazer ao mercado um competidor para modelos como o Fiat Pulse e o Volkswagen Nivus, produtos que hoje contam com um apelo comercial superior em relação aos hatches dos quais derivam, no caso Fiat Argo e Volkswagen Polo.

Logo, hoje em dia faz muito mais sentido a Renault investir aqui no Brasil em projetos como o HJF do que em uma eventual renovação das gamas Sandero e Logan, por exemplo, dois produtos com baixas taxas de lucratividade por conta de suas respectivas propostas.

Novo Duster

Por fim, apurações da imprensa especializada na Índia citam os esforços da Dacia/Renault para a criação da terceira geração do Duster.

Assim como o Bigster e o projeto HJF, o sucessor do modelo também será projetado sobre a plataforma CMF-B, o que torna natural sua permanência no mercado brasileiro, posicionando a Renault de forma ainda melhor no segmento de SUVs compactos.

A previsão é que o design do novo Duster siga o caminho do Dacia Bigster e sua estreia global deverá ocorrer entre 2023 e 2024.

Por conta de normas de controle de emissões cada vez mais rígidas na Europa, é esperado que o novo Duster contemple opções híbridas plug-in e até mesmo uma versão 100% elétrica estaria nos planos para alguns países onde as regras contra poluentes são ainda mais duras, praticamente inviabilizando a oferta de automóveis puramente térmicos.

Mercado-chave

Como o Grupo Renault deixou claro no começo do ano passado ao apresentar seu plano estratégico até 2025, a América Latina segue um mercado-chave para o conglomerado, como é possível notar nos investimentos que a empresa prepara na região.

Vale frisar, por fim, que a Renault também poderá tornar sua gama topo de linha mais robusta, importando modelos como o Mégane E-Tech, crossover 100% elétrico que tem a vinda ao Brasil cogitada nos bastidores, porém negada, ao menos por enquanto, pela marca.

De mais concreto no segmento de produtos com propulsão alternativa temos a oferta do Kwid E-Tech no país, modelo que tem grandes chances de se tornar o carro elétrico mais barato do Brasil.

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