Os Grupos de Trabalho de Turismo Religioso foram criados com o propósito de reunir os stakeholders do segmento sob o guarda-chuvas das Secretarias de Turismo dos estados para subsidiar a elaboração de políticas públicas, ajudar a encaminhar ações de interesse do segmento, propiciar a troca de experiências e informações e facilitar a criação, consolidação e difusão dos produtos e destinos turísticos religiosos.
Mais conhecidos simplesmente como GTs, esses Grupos de Trabalho estrearam em Santa Catarina e depois se espalharam por vários estados brasileiros, fazendo um excelente trabalho de representação e estruturação do segmento de turismo religioso junto às Secretarias de Turismo.
Apesar dos bons resultados alcançados, poucos estados ainda continuam com seus Grupos de Trabalho ativos, reflexo da mania brasileira de deixar de lado tudo o que tenha sido criado por outra administração ou, pior, por outro partido político.
Refletindo essa aberração, apesar de ter sido o estado pioneiro, Santa Catarina não tem mais um GT atuante.
Mas a realidade é muito pior: diversos estados nunca tiveram um Grupo de Trabalho de Turismo Religioso, caso de São Paulo, por exemplo, mesmo esse estado sendo o que tem os destinos de turismo religioso mais visitados e o maior número de praticantes do turismo de fé e devoção.
Entre os estados com GTs de Turismo Religioso mais atuantes se destacam o Paraná, um exemplo em termos de estruturação do turismo, e o Rio Grande do Norte.
Grupo de Trabalho de Turismo Religioso do Paraná
Nesta semana os membros do GT de Turismo Religioso do Paraná se reuniram para eleger os coordenadores do colegiado e das câmaras temáticas para o biênio 2022-2023.
O encontro foi em formato híbrido, com participação presencial e virtual, permitindo a participação de representantes de diversas cidades paranaenses que têm no segmento a oportunidade não apenas de renovar a fé, como também de incentivar o turismo e a economia regionais.
O grupo de trabalho foi instituído em 2020 para promover estudos e fomentar os roteiros religiosos no Paraná, criando uma política de incentivo ao segmento, que é o terceiro que mais recebe visitantes no Estado.
São 299 atrativos religiosos mapeados pelo grupo de trabalho, que envolvem roteiros das quatro matrizes de tradições religiosas: Ocidental, Oriental, Indígena e Africana.
A maior parte dos membros do colegiado, que conta com representantes do Governo do Estado, de entidades turísticas e religiosas, foi reconduzida aos cargos de coordenação, com Eliseu Rocha, representante da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho continuando como coordenador-geral do grupo de trabalho.
Nas coordenações das câmaras de Planejamento; de Capacitação; Estruturação de Destinos; e de Produtos e Roteiros foram escolhidos, respectivamente: Alessandra de Paula Xavier (Paraná Turismo); Giovanni Bagatini (Fecomércio), Wellington Bergamaschi (Atunorpi), e Pedro Kempe (ABAV-PR), com suplência de Francisco Izidoro (secretário municipal de Administração e Turismo de Lunardelli, Vale do Ivaí).
O coordenador-geral explica que o Grupo de Trabalho está se consolidando com a ampliação das rotas e atrativos religiosos no Paraná. “Quando o grupo foi criado, tínhamos apenas uma rota, e agora chegamos a todo o Estado e com vários roteiros que se apresentam dentro do modelo que discutimos no grupo”, disse Rocha.
“Nosso desafio é unir todo o Paraná em torno do mesmo propósito, para que os municípios que já têm um atrativo consolidado possam compartilhar a experiência, o progresso e tudo aquilo que deu certo com aqueles que estão iniciando”, afirmou.
Coordenado pela Paraná Turismo, o GT do Turismo Religioso conta com a participação das secretarias de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo; da Justiça, Família e Trabalho; da Comunicação Social e da Cultura; da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR); Instância de Governadoria Regional; Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB; Associação Inter-religiosa de Educação (Assintec); Associação Brasileira de Agências de Viagem – ABAV-PR; e de representantes de rotas turísticas e municípios com atrativos religiosos.
Amadeu Castanho – Diário do turismo