Os impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia já bateram na porta das micro e pequenas indústrias no Brasil. O efeito imediato veio no custo dos transportes, afetados pela elevação nos preços dos combustíveis. O Sindicato das Micro e Pequenas Indústria de São Paulo (Simpi) indica que está reavaliando as projeções para os próximos meses depois de uma melhora na confiança até fevereiro. Segundo pesquisa realizada pelo Simpi, 54% dos empresários avaliam a situação dos negócios como ótima ou boa. No entanto, apesar do otimismo em fevereiro, 74% das micro e pequenas indústrias alegam enfrentar dificuldades com alta nos preços de insumos e matérias-primas.
Outros 41% ressaltaram que estão lidando com a falta de materiais e 39% com atraso na entrega. O gerente industrial Fabiano Gemin fala sobre o cenário atual. “Alguns tipos de produtos e componentes, que são importados, seja da Europa, da Ásia, a gente já percebe um aumento significativo nos prazos de entrega. Muitas vezes tinha produtos para entrega imediata ou curto prazo, que agora já estão sendo bastante estendidos, porque há uma diminuição dos produtos. Então é tanto questão de diminuição de oferta quanto aumento de preços”, menciona.
Outros fatores que procuram é a alta dos juros e a volatilidade cambial. O panorama, agravado pelo conflito no Leste Europeu, acaba chegando nos consumidores. O presidente do Simpi, Joseph Couri, destaca que a corta não estoura apenas para o lado das empresas, mas também para os clientes. “Você tem de uma lado elevação dos custos, insumos e matérias-primas, do próprio processo inflacionário, da elevação do custo financeiro, da falta de recursos e na outra ponta você tem, para quem exporta, uma perda de receita.
O mercado interno diminuiu, o poder de compra diminuiu, o consumo diminuiu”, explica. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, em 20221, o setor representou 22,2% do PIB do Brasil e 71,8% das exportações de bens e serviços.
Jovem Pan