Sem descartar greve dos caminhoneiros, deputado culpa Bolsonaro por alta do diesel

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O presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSL-RS) não descarta paralisação da categoria em função do novo aumento no preço do óleo diesel, atualizado nas refinarias em 9 de maio com alta de R$ 0,40. Segundo ele, a classe vive um impasse: não consegue absorver a variação de preço e também não pode repassar aos clientes, o que inviabiliza os fretes. “O pessoal da categoria não tem condições de rodar e repassar os últimos quatro aumentos do diesel. [O presidente] tem que fazer alguma coisa, inflação está galopante acima dos dois dígitos”, iniciou Crispim, que vê o presidente Jair Bolsonaro como responsável por frear os aumentos e resolver a situação do país. “Presidente foi eleito há 3,5 anos, está a quase no final do mandato. A Petrobras é empresa pública e tem função constitucional, a responsabilidade é do presidente. Não adianta, o conselho [da estatal] é subordinado a ele, inclusive ele trocou o ministro de Minas e Energia, que é presidente dessa comissão. O PPI não é uma lei, é uma resolução e ele pode sim junto com o ministro retirar a resolução e deixar com que os combustíveis no Brasil tenham reajuste baseado em índices nacionais. A responsabilidade é sim do presidente”, defendeu o deputado federal, que cita ainda promessas de campanhas feitas durante a corrida eleitoral.

“O presidente gravou um vídeo afirmando, lá em 2018, antes das eleições, que ele apoiaria a pauta dos caminhoneiros provenientes da paralisação de 2018. A política de preços da Petrobras, os pontos de parada, a aposentadoria. Gosto de ressaltar porque ele gravou vídeo e tem outras manifestações falando do PPI [Preço de Paridade Internacional]”, disse Nereu Crispim, que reforça não ser contra Bolsonaro, mas pede responsabilidade do presidente com os compromissos firmados com a categoria. “Ele tem que cumprir o que se comprometeu em 2018 com os caminhoneiros e fazer com que as coisas aconteçam, trazendo saúde, segurança e educação e não fazendo essa política de preços da Petrobras, que teve lucro nos três primeiros meses de R$ 44 bilhões e grande parte está arremetido para grandes investidores internacionais”, acrescentou o parlamentar, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.

Questionado sobre alternativas para a crise dos combustíveis, Nereu Crispim citou a criação de um Fundo de Estabilização dos Preços e afirmou que a adoção de uma alíquota única do ICMS pelos Estados, tema em discussão no Congresso Nacional, é uma “solução paliativa”, não definitiva. “Momentaneamente há uma redução, só que quando houver variação do dólar e do barril de petróleo vai engolir essa redução, então não é solução”, mencionou o deputado, que não descarta uma greve dos caminhoneiros. “Não é questão de querer fazer paralisação. É que tem alguns que o resultado financeiro é extremamente negativo e ele não consegue pagar óleo diesel, manutenção, encargos e sobrar alguma coisa”, finalizou.

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