Guerra estimula exportação de milho no Porto de Paranaguá

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Especificamente nos dois últimos meses, os volumes exportados se destacam por passarem das 500 mil toneladas. Em abril, a granel, foram embarcadas 537.841 toneladas pelo Porto de Paranaguá. Em maio, 504.286 toneladas. Já em 2021, nos mesmos meses, não houve embarque do produto a granel.

Nos campos do estado, a segunda safra de milho – também chamada de safrinha – já começa a ser colhida.

“A necessidade de esvaziar os silos e armazéns para dar espaço à nova safra seria a explicação para o aumento no escoamento do produto”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

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Ele destaca que parte do produto que integra os volumes embarcados até o momento ainda não são da Safrinha que está entrando em colheita. “Esse ainda não é o milho da segunda safra. Parte é da primeira safra deste ano, parte é ainda da Safrinha de 2021, que ainda estava guardada, por questões de mercado”, diz Garcia.

Guerra na Ucrânia

A necessidade de mais espaço para receber a nova safra não é a única explicação para a alta.

Segundo os operadores do milho no Porto de Paranaguá, a guerra da Ucrânia também impulsionou, e muito, os embarques. Em especial, nos três últimos meses.

“O Brasil não é um grande exportador do produto nessa janela, ou seja, do milho de verão. A Ucrânia, por sua vez, costuma ser um grande fornecedor de milho nesse período pelo Mar Negro, principalmente para África e Europa”, explica Helder Catarino, gerente-geral da Interalli, principal operadora do produto pelo terminal paranaense.

Com o conflito, o país não consegue embarcar por lá. Assim, os países têm que buscar o milho em outras origens, entre elas o Brasil, pelos portos do Paraná.

“O Brasil entrou porque ainda tinha estoques, com boas margens de preço. Ou seja, teve demanda e oferta”, afirma Catarino.

Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são as principais origens do milho embarcado pelos portos do Paraná. Egito, Irã, Espanha, Coreia do Sul e Portugal são os principais países de destino do produto exportado por Paranaguá.

A previsão é que o Estado produza um volume recorde de 16 milhões de toneladas nessa safrinha. “Somado aos pouco mais de 2,9 milhões de toneladas da primeira safra, o Estado será responsável por quase 19 milhões de toneladas, mantendo-se na segunda posição nacional”, conforme divulga a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

A nova safra de milho começou a chegar no porto, para exportação, a partir deste mês. “Primeiro chega do Mato Grosso, depois do Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e demais estados produtores. A expectativa é bastante positiva também para os próximos meses”, comenta o operador.

Canal Rural