Justiça mantém preso motorista que, em suposto ‘racha’, matou ciclista e deixou outras duas pessoas feridas em Presidente Prudente

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A Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva e manteve preso o homem de 32 anos apontado como o motorista que, durante um suposto “racha”, atingiu uma bicicleta e uma motocicleta, em Presidente Prudente (SP), deixando uma vítima fatal e outras duas pessoas feridas. Os atropelamentos foram registrados no Jardim Tropical, na noite de sábado (23).

A decisão, expedida neste domingo (24), foi assinada pela juíza de direito Foro Plantão da 27ª Circunscrição Judiciária de Presidente Prudente, Renata Esser de Souza.

No mandado de prisão, a magistrada coloca que a manutenção da prisão ocorre “para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, somado ao perigo que implica à sociedade a liberdade do autuado, é de ser mantida a prisão provisória, bem como não se afigura recomendável a sua substituição por medida cautelar diversa”.

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Após se envolver em dois atropelamentos, na noite deste sábado (23), em Presidente Prudente (SP), Rômulo das Dores Nascimento (foto) foi preso por homicídio consumado e dupla tentativa de homicídio, ambos na direção de um veículo, bem como por omissão de socorro e fuga de local de acidente. Vítimas do envolvido, um idoso de 64 anos morreu e um rapaz de 29 anos foi socorrido em estado considerado grave. Uma jovem de 21 anos também sofreu lesões.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, consta que o envolvido ingeriu bebida alcoólica em um bar no bairro Cohab e, quando foi embora, após as 20h, na condução de um veículo de cor prata, atropelou um idoso em uma bicicleta e, cerca de 100 metros depois, atingiu uma motocicleta ocupada por um casal.

Câmeras de monitoramento registraram uma das ocorrências, no Jardim Tropical. Nas imagens, a polícia verificou que também há um indivíduo em uma motocicleta de grande porte e potência trafegando na companhia do envolvido. Segundo o registro, “ambos, aparentemente, fizeram uma conversão, e arrancaram em altíssima velocidade, tanto que se percebe que não foi possível à vítima avistar a aproximação deles, tamanha a velocidade, sendo a motocicleta atingida”.

“Pelo que se observa, sem que o indiciado ao menos tenha freado o veículo, e seguindo, depois da colisão, ainda em alta velocidade. A velocidade com que os dois veículos arrancaram, pelo que é possível observar nos citados vídeos, indica a prática de disputa automobilística (racha)”, diz o boletim de ocorrência.

Segundo o boletim de ocorrência, o envolvido fugiu de ambos os locais dos acidentes e foi para a sua casa, onde estacionou o carro na garagem e “se ocultou no interior dela com os demais familiares”.

O primeiro atropelamento foi na Rua José Albertoni, altura do número 40, e resultou na morte de um homem de 64 anos, que andava de bicicleta. Conforme o registro policial, a vítima tinha um grande ferimento na cabeça.

O corpo de Juraci Caetano da Silva deve ser sepultado na manhã desta segunda-feira (25), no Cemitério Municipal São João Batista.

O segundo atropelamento foi na Rua Belmiro de Jesus, 230, a cerca de 100 metros do primeiro. A jovem de 21 anos conduzia uma motocicleta e tinha como passageiro um rapaz de 29 anos. Ela foi socorrida com lesões de natureza leve para a Santa Casa de Misericórdia e ele, para o Hospital Regional em estado considerado grave.

O Hospital Regional informou que o rapaz de 29 anos deu entrada na unidade às 21h20 deste sábado (23) e foi atendido pela equipe médica e tinha o estado de saúde considerado “estável”.

Já a Santa Casa de Prudente acrescentou que a jovem de 21 anos estava consciente e orientada no momento do atendimento médico. Ela passou por exames e já foi liberada.

Ainda de acordo com o registro da polícia, o motorista do carro recusou-se a fazer o teste do bafômetro, mas passou por avaliação de médico legista. O profissional constatou sinais de ingestão de bebida alcoólica, “todavia sem alteração da capacidade psicomotora”.

“Não viu”

Em depoimento à Polícia Civil, o preso negou a prática de racha e a condução do veículo em alta velocidade. O envolvido ainda disse que não se recorda se freou o veículo quando atropelou a motocicleta e que “só estava voltando para casa”.

O envolvido contou que chegou a um bar por volta das 16h e saiu por volta das 20h, e que bebeu cerveja durante o período. Disse que não usou e nem é usuário de drogas. Contou que o carro é da irmã e que não mandou o motociclista voltar ao local.

Segundo a versão do envolvido à polícia, ele alega não ter visto os atropelamentos, e que “só chegou em casa, deitou e dormiu”. Nunca foi preso e é analista de sistemas.

G1PP