A queda da inflação observada entre julho e setembro deste ano pelo IBGE já começa a chegar com mais força na mesa e no bolso dos brasileiros mais pobres. É isso que revela uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa referente ao mês de setembro mostrou que houve inflação para as famílias de maior renda, aquelas que ganham mais de R$ 9.000 por mês, ao passo que as famílias que as famílias de renda baixa e muito baixa tiveram variação negativa em setembro. As famílias de renda muito baixa registraram deflação de 0,21%, enquanto as de renda baixa foi de 0,31%. Esse é um comportamento que se repete também nos acumulados do ano e de 12 meses. As famílias de baixíssima renda acumulam inflação de 4,72% no ano e de 7,62% nos últimos 12 meses. Já as famílias de maior rendimento somam, respectivamente, 4,79% e 8,01%.
Ao longo deste período entre julho e setembro, vários itens contribuíram para a queda inflacionária, como derivados de petróleo, telecomunicações, energia e, mais recentemente, os alimentos. “De maneira geral, o alívio inflacionário em setembro veio da queda dos preços dos combustíveis, dos alimentos do domicílio e dos serviços de comunicação. Por outro lado, para as famílias de renda mais baixa, também pesaram os reajustes do aluguel, da energia e do gás de cozinha”, disse Maria Andrea Parente, pesquisadora do Ipea. Por trás da queda mais recente do preço dos alimentos, há dois movimentos. Sazonalmente, os preços dos produtos agrícolas começam a ficar mais em conta entre o primeiro e o segundo semestre. A segunda explicação se relaciona com a menor pressão de custos, isto é, queda no preço da energia e combustíveis mais baratos, influenciam o preço dos produtos.
Jovem Pan