Falta de componentes trava a recuperação do setor automotivo, por isso o Brasil deve repetir números de 2021. Entretanto, numa demonstração de fôlego e confiança, a cidade de São Paulo abriga a maior feira de transporte e logística de América Latina, com expectativa de movimentar R$ 9 bilhões. O vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcos Saltini, espera um melhor desempenho em 2023: “Hoje, a gente não pode dizer que está numa normalidade.
A gente ainda tem algumas dificuldades, mas as áreas de logística têm trabalhado brilhantemente, tentando trazer componentes. No começo do ano, tivemos algumas empresas associadas da Anfavea que tiveram que parar por algumas semanas, agora nós temos uma normalidade de produção, todo mundo tentando recuperar alguma coisa. E a gente deve fechar o ano com um número muito próximo do ano passado, que foram 128 mil unidades de caminhões”. O CEO da Volkswagen Caminhões, Roberto Cortez, promete manter investimentos na produção brasileira. “No geral, caminhões e ônibus, a gente está experimentando um crescimento.
Agora, um crescimento maior do PIB está acontecendo neste momento, então, muito provavelmente, vai impulsionar as vendas do próximo ano. A gente também espera que haja um novo crescimento do PIB”, diz.
Caminhões elétricos, a gás e até a hidrogênio vão ganhar mais espaço dentro dos objetivos internacionais de controle da poluição da atmosfera, explica o presidente da Iveco para a América Latina, Marcio Querichelli. “A matriz energética brasileira define os próximos passos em relação à tecnologia de combustíveis alternativos. Nós estamos falando de uma combinação entre veículos diesel, a gás e elétrico, que se estende até à célula de hidrogênio no futuro. Nós desenvolvemos todo um rompante tecnológico para suprir soluções para cada segmento desse tipo”, disse.
Com o avanço da tecnologia, já existe até caminhão que não precisa de motorista funcionando no Brasil, destaca o diretor de assuntos institucionais da Mercedes-Benz, Luiz Carlos Moraes. “Para aplicações que precisam de segurança, em áreas confinadas e controladas, o objetivo é oferecer segurança e eficiência”, diz. O bom desempenho dos caminhões está ligado, no Brasil, ao desenvolvimento do agronegócio. Os veículos pesados representam 50% das vendas, enquanto semipesados são 25%.
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