O ex-governador e senador eleito, Camilo Santana (PT/CE), tomou posse como ministro de Estado da Educação, na segunda-feira (02), em uma cerimônia realizada no auditório do edifício-sede do Ministério da Educação (MEC). Em seu primeiro discurso, ele destacou a importância do fortalecimento de uma grande política de alfabetização, da educação básica e do ensino em tempo integral, com base em experiências exitosas de estados brasileiros.
Centenas de profissionais da educação, desde o ensino básico ao superior e autoridades, entre governadores, parlamentares e ministros, prestigiaram o evento. No início da cerimônia, em um gesto simbólico, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, e a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, prenderam ao terno de Camilo Santana o PIN – bóton utilizado por ministros de Estado.
Ao iniciar sua primeira fala como o titular da Pasta, ele salientou a responsabilidade de resgatar a educação do Brasil. “Mais 650 mil crianças de até 5 anos de idade abandonaram a escola nos últimos três anos. No mesmo período, cresceu 66% o número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler nem escrever na idade certa. A última avaliação feita pelo Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) mostra que apenas uma a cada três crianças são alfabetizadas na idade certa. Ou seja, a maioria é analfabeta dentro da própria escola, o que provoca graves repercussões na sequência da vida dessas crianças.”, pontuou.
O novo ministro confirmou que os nomes para compor a equipe do MEC seguem em definição, mas duas mulheres já estão confirmadas em sua gestão. Uma das responsáveis pela transformação educacional do município de Sobral, Izolda Cela, a ex-governadora do Ceará, ocupa a secretaria-executiva. Já Fernanda Pacobahyba, ex-secretária de Fazenda do governo do Ceará, exerce o cargo de presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Estiveram presentes na cerimônia a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a ministra do Esporte, Ana Moser; o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias; o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho; o advogado-geral da União, Jorge Messias; os governadores de Estado do Distrito Federal, do Ceará, da Bahia, da Paraíba, do Piauí, do Maranhão, do Rio Grande do Norte; além de parlamentares.
“Vamos imediatamente garantir a qualidade da merenda escolar nas escolas públicas brasileiras. Essa é uma determinação do presidente Lula. E já pedi um levantamento de todas as obras que estão paralisadas, sejam creches, escolas, universidades, campi. Para garantir a retomada imediata dessas obras tão importantes para os jovens e as crianças desse país. Vamos resgatar também a credibilidade do Enem.”, enfatizou Camilo.
Educação do Ceará
À frente do MEC, Camilo Santana terá a oportunidade de aplicar em âmbito nacional a experiência bem-sucedida do Ceará na educação. Referência em todo o país na área, o estado foi governado pelo cearense durante dois mandatos. As políticas públicas implementadas fizeram o Ceará alcançar o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas séries finais do ensino fundamental e o segundo nas séries iniciais.
Um exemplo de política pública é o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), que auxilia diretamente municípios do Ceará na educação de estudantes do 5º ano do ensino fundamental, sendo ampliado até o 9º ano. “Alguns outros estados já começaram a seguir esse modelo, mas o que precisamos agora é ampliar essa experiência para todo o país.”
Saiba Mais
Camilo Santana é natural do município do Crato, no Cariri, e tem 54 anos de idade. O professor e engenheiro agrônomo governou o Ceará de 2015 a abril de 2022. Mas antes foi deputado estadual, secretário estadual de Desenvolvimento Agrário e de Cidades. Durante as eleições de 2022, foi eleito senador com mais de 3 milhões e 300 mil votos, o maior registro da história do estado.
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