De acordo com os dados de 2022, o Brasil começa mais um ano em alerta por causa da dengue. Foram 1.016 mortes causadas pela dengue no ano passado. Outras 109 mortes estão em investigação. Os números do Ministério da Saúde são recordes. Desde 2015, quando ocorreram 986 óbitos, o Brasil não registrava índices tão expressivos. O número de casos também cresceu, com mais de 1,45 milhão de infectados confirmados. Tal valor é 162,5% superior ao de 2021. O aumento não decorre apenas de um fator, mas de um conjunto. Em entrevista à Jovem Pan News, o infectologista Alexandre Naime afirmou que houve pouco investimento do Poder Público em campanhas e monitoramento.
Naime disse ainda que a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) comunicou a gestão anterior sobre o aumento da doença: “Infelizmente não fomos ouvidos. Durante o ano de 2022, muito pouco se investiu em campanhas de prevenção e ações práticas em relação à vigilância de domícilios que poderiam estar com criadouros do mosquito aedes aegypt. Em relação também a outras medidas, como a utilização de fumacê e também, um outro ponto muito importante, a educação médica continuada”. Infectologista também disse que a SBI já fez um aleta para o novo g
“Tivemos lugar de escuta dentro do governo de transição e foi bem pontuado para eles que a questão da dengue, se não for atacada de forma bastante importante e logo no começo desses primeiros meses, 2023 pode ser até mesmo pior do que 2022 em relação ao número de casos”, alertou. Condições climáticas e o aquecimento global também influenciaram neste aumento, com volumes de chuva superiores ao esperado para a primavera e o verão. Uma vacina contra a dengue do laboratório japonês Takeda já está em fase de aprovação na Anvisa. O imunizante é regulamentado na Europa e, por aqui, ele será crucial no combate à doença, reduzindo sobretudo casos graves e óbitos.
Os principais sintomas da dengue são: febre alta com mais de 38,5 ºC, dores musculares, dor nos olhos e manchas vermelhas pelo corpo. Se a dengue for identificada de forma rápida, a chance do paciente não evoluir para formas graves são grandes. O Poder Público e o setor privado têm papel fundamental nessa luta, como avaliou, Jeferson Andrade, pesquisador de desenvolvimento de produto e mercado da BASF.
“Por parte da questão pública, normalmente é a orientação e conscientização da população. Essa é uma etapa. Por parte das empresas privadas, quando elas são contratadas elas vão também oferecer esse tipo de orientação para aquele ambiente no qual ela foi contratada para prestar esse serviço, então ela também vai trazer essas orientações preventivas. E aí sim a gente chega em um momento, que a gente chama de medidas curativas, quando você vai utilizar alguns artifícios para fazer o controle ou baixar a população que está presente nesse ambiente”, declarou.
Jovem Pan