Recuo do dólar freia vendas de soja no Brasil

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O dólar atingiu a cotação mínima de R$4,94 nesta quinta-feira, menor patamar desde junho de 2022. Entre os motivos para o recuo está a manutenção da taxa básica de juros do Brasil em 13,75% ao ano, decisão apontada pelo Banco Central na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano. Com a Selic alta, há atração para entrada do capital estrangeiro, que busca a rentabilidade dos juros. Com maior oferta de dólares, o real se fortalece. Para o agronegócio, o dólar é item relevante na formação tanto dos custos de produção como do preço de venda das commodities, como a soja e o milho, por exemplo.

A consultoria Pátria Agronegócios revela que o patamar médio do dólar utilizado na compra dos insumos da soja 22/23 foi de R$ 5,24, ou seja, acima do patamar atual, que ronda os R$ 5 atualmente. A situação acende um sinal de alerta, pois esse descasamento no câmbio pode impactar negativamente no resultado financeiro, afinal, o custo foi fechado com dólar mais alto do que o preço de venda do produto final. O dólar mais fraco freia a comercialização do grão e as vendas da safra podem continuar em ritmo lento. Os últimos dados da consultoria Datagro revelaram que no Brasil, apenas 21,2% da produção de soja havia sido vendida antecipadamente, contra 36,3% da média dos últimos anos.

No acumulado de janeiro, a soja no Paraná acumulou queda de quase 6%, sendo comercializada a R$ 166,13, de acordo com o Cepea. A combinação de safra recorde no Brasil e recuo do dólar ajudam a explicar os preços mais baixos. Na quinta-feira, por exemplo, com o dólar mais fraco, a média das ofertas de compra da soja no mercado à vista caiu cerca de R$ 2 por saca em algumas regiões. Tradings apontam que o ritmo de entrega de soja no Brasil ainda está devagar e muitos agricultores tentam entender como a expansão de gastos públicos e o risco fiscal impactarão o dólar ao longo do ano.

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Para o mercado, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa é de alta do dólar até o fim do ano, com previsão de taxa em R$ 5,25 no fim de 2023. Se a previsão vai se confirmar, é cedo para dizer. O que sabemos é que há um volume aproximado de 152 milhões de toneladas de soja para entrar no mercado, com uma colheita atrasada e 5% da área nacional com o trabalho de campo concluído. De freio puxado, alguns agricultores estão focados em concluir o trabalho na lavoura e repensar as estratégias de comercialização.

Jovem Pan