Fertilizantes: mercado tem ponto de virada e tendência muda

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O mercado de fertilizantes está atravessando o ponto de virada, deixando para trás o cenário de queda de preços observado no primeiro semestre, para dar espaço a altas nas cotações. Nos últimos 30 dias os preços da ureia subiram mais de 30%, do MAP tiveram incrementos de aproximadamente 9%, e do KCl, cerca de 5%, segundo dados da Agrinvest Commodities. De acordo com a empresa, a alta não está relacionada como aumento do risco geopolítico e as tensões no Mar Negro. O fato principal é o desajuste entre o aumento da demanda e a oferta.

Outra empresa de consultoria agrícola, a Agrifatto aponta três fatores para explicar a mudança de cenário para o mercado de adubos no Brasil: (1) redução dos estoques de fertilizantes importados em grandes quantidades no período do início da guerra; (2) retomada de demanda por produtores rurais que atrasaram a decisão de compra para a temporada 23/24. A Safras&Mercado acrescenta mais fatores ligados ao mercado internacional: (3) Aumento de demanda no mercado internacional por parte da Índia; (4) greves de portuários no Canadá, país produtor de KCL, o que causa incerteza sobre oferta; (5) China com demanda aquecida e redução de volumes para exportação; (6) problemas políticos no Egito, gerando interrupções no fornecimento de gás natural para a indústria de fertilizantes nitrogenados.

Por esses e outros fatores,  quatro diferentes consultorias agrícolas que consultamos (Agrinvest, Agrifatto, Safras e GlobalFert) apontaram na mesma direção: até o fim do ano, está difícil ver possibilidade de recuo nos preços de fertilizantes. A GlobalFert confirma que estamos no ponto de virada do mercado de fertilizantes. “Sim [é uma reversão de tendência], são os aumentos que eram esperados para o segundo semestre. Os fertilizantes já subiram, em média, 12% desde o início de julho”. Até o momento, as compras de fertilizantes para a safra 23/24 seguem atrasadas em relação à média histórica para o período. O mercado agro é muito dinâmico, mas levando em conta o quadro atual, é de se esperar preços firmes para o adubo até outubro e algum risco logístico para a distribuição dos produtos nas fazendas, devido à concentração das compras no atual ciclo.

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