Jardim vertical: espécies ideais, como fazer

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O primeiro registro de jardim vertical na história data de 450 a.C.. O rei Nabucodonosor presenteou sua esposa, a rainha Amytis, com uma montanha artificial revestida por jardins. Apesar desta obra receber o nome de jardim suspenso, na verdade a vegetação era cultivada em terraços superpostos, os quais foram erguidos sobre pilares ocos em forma de cubos e, posteriormente, preenchidos com terra.

Segundo a arquiteta paisagista Alessandra de Carvalho, responsável pela Le Jardin Arquitetura Paisagística, no Brasil, a presença dos jardins verticais iniciou-se em 1983, com o paisagista Burle Marx, porém a grande explosão desta técnica como item de paisagismo ocorreu com “o fortalecimento da consciência verde e as incríveis ideias e inúmeras aplicações deste tipo de jardim nas áreas de arquitetura e ambientação”.

Vantagens x Desvantagens

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Dentre as vantagens em se optar por este estilo de jardim, a profissional destaca em pequena escala o isolamento visual entre ambientes internos e externos proporcionado por ele, a integração do verde em lugares não propícios à um jardim no solo, a alta valorização estética dos ambientes. O jardim vertical também não ocupa um espaço considerável, auxilia na redução do stress e fadiga mental e produz efeitos psicológicos positivos, como satisfação, bem-estar e tranquilidade.

A paisagista destaca como uma das maiores desvantagens ao optar por este tipo de jardim a economia na escolha dos materiais de montagem. “Optar por uma boa estrutura pode não ser muito econômico, mas certamente lhe trará um bom custo-benefício, além de evitar futuros problemas”, ressalta.

Quais as espécies mais indicadas

De acordo com Alessandra, para que haja sucesso na implementação de um jardim vertical é imprescindível a avaliação do local, levando em consideração a iluminação e o clima, fatores determinantes para a escolha das plantas ideais para serem cultivadas. “Em ambiente de sol pleno, dentre as espécies que melhor se adaptam neste local é possível citar a aspargo-pluma (Asparagus densiflorus), a barba-de-serpente (Ophiopogon jaburan), a brilhantina (Pilea microphylla), o colar-de-pérolas (Senecio rowleyanus),o clorofito (Chlorophytum comosum), a flor-canhota (Scaevola aemula), a flor-de-coral (Russelia equisetiformis), a hera-inglesa (Hedera helix), a jibóia (Epipremnum pinnatum), o lambari-roxo (Tradescantia zebrina), a orquídea-grapete (Spathoglottis unguiculata), o liríope (Liriope spicata), a tilândsia (Tillandsia sp) e a trapoeraba-roxa (Tradescantia pallida purpúrea)”, indica a arquiteta.

Já para ambientes de meia-sombra ou para o cultivo no interior da residência, a paisagista destaca o antúrio (Anthurium andraeanum), o asplênio (Asplenium nidus), a babosa-de-pau (Philodendron martianum), a barba-de-sepente (Ophiopogon jaburan), a bromélia (Guzmania sp), a columéia-peixinho (Nematanthus wettsteinii), o chifre-de-veado (Platycerium bifurcatum), a chuva-de-ouro (Oncidium sp), o dedo-de-moça (Sedum morganianum), o dinheiro-em-penca (Callisia repens), a falenópsis (Phalaenopsis x hybridus), a flor-batom (Aeschynanthus radicans), a flor-de-maio (Schlumbergera truncata), a peperômia (Peperômia scandens), o rabo-de-gato (Acalypha reptans), a ripsális (Rhipsalis bacífera), a renda-portuguesa (Davalia fejeensis), a samambaia (Nephrolepis exaltata), o singônio (Syngonium angustatum) e a vriésia (Vriesea sp).

Quanto às restrições de espécies, a profissional afirma que é possível cultivar praticamente qualquer espécie de plantas e até de árvores em jardins verticais, contanto que as raízes tenham espaço para se desenvolver no suporte utilizado – a peça deve suportar o peso total da planta contando com a terra úmida. “Porém é aconselhável evitar as espécies venenosas e flores que possuam cheiro forte”, esclarece.

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