‘Agro já produz alimento, fibra e agora é produtor de energia renovável’, diz deputado sobre biocombustíveis

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou o Congresso Nacional, nesta quinta-feira, 14, o Projeto de Lei do programa Combustível do Futuro, um pacote que integra políticas de descarbonização dos transportes no país. Para analisar a iniciativa, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania), que exaltou o poder do agronegócio no setor energético: “Nosso agro já produz alimento, fibra e agora consolida a sua posição de produtor de energia renovável a partir do fortalecimento dos biocombustíveis”. Entre as medidas anunciadas está o aumento da proporção de etanol na gasolina dos atuais 27,5% para 30%. No diesel, o ritmo de alta é de 1 ponto percentual a mais por ano. Hoje, o diesel tem 12%; em 2024, o percentual vai a 13%. Também será criado o ProBioQAV (Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação). Os operadores aéreos terão de reduzir emissões de dióxido de carbono em 1% ao ano a partir de 2027. O pico será em 2037, com redução de 10%.

“Há um movimento internacional pelo combustível sustentável da aviação e ele é produzido a partir do etanol, nós somos uma das rotas para produzir isso. Começa a a ter uma obrigação que não é só do Brasil, é do mundo. Vamos começar a crescer, 1%, em seguida 10%, para que essa emissão de poluentes seja menor adicionando o combustível sustentável da aviação, que é derivado do etanol. Além disso, temos regras para a chamada produção do diesel verde e outras medidas mais para que os biocombustíveis possam ter ampliada a sua produção”, explicou o parlamentar.

De acordo com Jardim, é importante que o governo invista em inovação tecnológica para impulsionar a transição energética: “Primeiro, linhas de inovação, segundo, apostar em investimentos para que estes setores tenham cada vez mais competitividade e gastar isso nos fertilizantes, na siderurgia e no setor de transportes, o que casa com o combustível do futuro”. O deputado aponta que o parlamento tem se mobilizado para promover iniciativas sustentáveis: “Estamos debatendo e queremos votar também as regras para o mercado de carbono. Junta o PL combustível do futuro, o mercado de carbono e o pagamento por serviços ambientais, estamos montando uma arquitetura institucional para nos prepararmos. O Brasil não vai ser um algoz ambiental do mundo, o Brasil vai ser a vanguarda da economia verde, da economia de baixo carbono”. Alguns especialistas tem receio de que a inclusão de biocombustíveis na mistura de combustíveis fósseis encareça o produto nas bombas em caso de safras menos produtivas. Outra preocupação é se a produção de alimentos não seria afetada pelo boom dos biocombustíveis. Para Arnaldo Jardim, ambas as possibilidades estão descartadas no contexto brasileiro.

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“A FAO publicou um relatório em 2005 ou 2006, que dizia que a produção de bioenergia em alguns países ia comprometer a produção de alimentos e a resposta foi dada na prática, o Brasil aumentou extraordinariamente a produção de alimentos e isso conviveu com o óleo de soja e o óleo de mamona. Hoje 25% do nosso etanol não é mais da cana, é do milho. Quando nós tiramos do milho, sobra o farelo do milho, que é alimento dos confinamentos de gado. Ou seja, nós conseguimos responder na prática que se pode ampliar a produção de alimento e ampliar a produção base para os biocombustíveis (…) A conta fecha tecnologicamente, a conta fecha economicamente e nós temos condições de ampliar a oferta sem comprometer a produção de alimentos”, argumentou.

Jovem Pan