O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a batalha contra a inflação ainda não está ganha e que o ritmo de queda dos juros é considerado apropriado. Ele fez essas declarações em resposta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia cobrado a atuação da autarquia para impulsionar o crescimento econômico. Campos Neto também alertou para a situação fiscal do país, afirmando que é necessário trabalhar em conjunto para melhorar as expectativas futuras. Durante um almoço na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), o mandatário do BC destacou que a expectativa fiscal está desancorada, ou seja, o mercado financeiro projeta números piores do que os do governo. Ele também mencionou a relação entre a variável fiscal e a expectativa de inflação, afirmando que, quando o fiscal desancora, as expectativas de inflação vão junto.
Campos Neto ressaltou que a economia global está entrando em um momento de desaceleração, o que terá impactos no Brasil. Nesse contexto, ele enfatizou a importância de fazer o dever de casa, sinalizando equilíbrio fiscal. “Quando você tem um fiscal descontrolado, você começa a ter impacto na expectativa de inflação futura”, destacou. O presidente do Banco Central reconheceu que é difícil para o governo cortar gastos, mas ressaltou a necessidade de mostrar que o equilíbrio fiscal está sendo construído. Ele avaliou que o ano de 2023 foi melhor do que o esperado, com crescimento acima de 2,5% e desemprego próximo das mínimas.
Campos Neto destacou que, na política monetária, não é apenas o patamar dos juros que importa, mas também a credibilidade transmitida pela política do Banco Central. Ele afirmou que as pessoas tomam decisões com base no cenário futuro, nas condições de crescimento e na estabilidade monetária. Em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do BC reforçou a expectativa de mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano. Ele ressaltou que “a batalha contra a inflação ainda não está ganha e que é preciso perseverar”.
Jovem Pan