Uma nova vacina contra a dengue desenvolvida no Brasil apresentou uma eficácia geral de 79,5% na prevenção da doença após uma única dose. É o que aponta estudo publicado no periódico The New England Journal of Medicine. A liderada por cientistas do Instituto Butantan, a pesquisa teve a participação de diversas instituições de pesquisa brasileiras e americanas, além do apoio financeiro da empresa farmacêutica Merck, do governo federal e da Fapesp. Com os resultados positivos, os pesquisadores pretendem submeter o imunizante à aprovação da Anvisa no segundo semestre de 2024. O estudo foi realizado em uma fase 3 de ensaio clínico, a mais ampla etapa necessária antes que uma vacina possa ser liberada para a população, com a participação de mais de 16 mil voluntários. Cerca de 10 mil voluntários receberam a vacina, chamada de Butantan-DV, enquanto os demais receberam um placebo.
Um dado relevante é que a vacina apresentou eficácia diferente de acordo com a experiência prévia dos participantes com o vírus da dengue. A eficácia geral foi de 79,5%, mas foi mais baixa (73,6%) em pessoas que nunca haviam tido dengue antes e mais alta (89,2%) em quem já havia tido a doença alguma vez. Além disso, a eficácia foi maior no grupo dos adultos, entre 18 e 59 anos de idade. Durante os dois anos após a vacinação, cerca de 1,5% das pessoas que receberam o placebo foram diagnosticadas com dengue, enquanto apenas 0,2% dos vacinados tiveram a infecção confirmada. Eventos adversos relacionados à vacina foram raros, afetando apenas três pacientes, e os efeitos colaterais mais comuns foram dor de cabeça, vermelhidão no corpo e fraqueza muscular.
Publicado por Caroline Hardt/Jovem Pan