O café brasileiro nunca esteve tão em alta no mundo como agora. As exportações crescem impulsionadas pela demanda global aquecida, por problemas climáticos em outras regiões produtoras do mundo e desafios logísticos, que favorecem a busca pelo grão brasileiro. Em agosto deste ano, o preço do café conilon atingiu o maior valor da história, e alcançou R$ 1.483,95 por saca, um aumento de 16,73% no mês e de impressionantes 95% no acumulado do ano, segundo dados do Cepea. Já o café arábica, outra estrela do mercado, registrou alta de 44,2% no ano, alcançando R$ 1.448,24 por saca.
Uma das razões para essa alta expressiva nos preços do conilon é a expectativa de uma oferta limitada no Vietnã, o segundo maior produtor mundial, que tem enfrentado redução na produção em função de secas prolongadas. Além disso, o recente bloqueio de uma importante rota comercial no Mar Vermelho, causado por ataques do grupo rebelde houthis, têm dificultado o fluxo de café da Ásia para a Europa, aumentando a dependência do café brasileiro no mercado global.
Segundo o Itaú BBA, esses fatores de oferta prejudicada e dificuldades logísticas, combinados com a crescente demanda internacional por café, explicam o cenário de preços para cima. Para os cafeicultores brasileiros, a alta da commodity garante um momento de rentabilidade positiva. Já para o consumidor, é esperado que a indústria repasse parte do custo, o que pode resultar em café mais caro nas prateleiras dos mercados.
O café brasileiro está dominando o mercado internacional. De acordo com o Cecafé, o Brasil está preenchendo espaços deixados pela menor oferta de grandes concorrentes, como Vietnã e Indonésia. De janeiro a julho, o Brasil exportou 28,1 milhões de sacas de café arábica e conilon, alta de 46,3% em relação ao mesmo período de 2023 e o maior valor da história.
Neste período, os 5 principais compradores de café do Brasil aumentaram significativamente as importações. Os Estados Unidos lideram a lista, com 4,5 milhões de sacas, um salto de 31,1% em relação ao mesmo período de 2023. A Alemanha, na segunda posição, comprou 4,0 milhões de sacas, uma alta impressionante de 77%. E no top 5 ainda tem a Bélgica, com um aumento de 156,3%, a Itália com 48,6% a mais, e o Japão, que cresceu 6% nas suas aquisições. O café brasileiro parece estar mesmo em alta e conquistando paladares ao redor do mundo.
Jovem Pan