Pesquisa interessante foi revelada nesta sexta-feira (18) pela Mobiauto, startup do segmento automotivo envolvida com a comercialização de carros usados.
De acordo com o estudo, enquanto picapes, SUVs e até carros importados de luxo apresentaram índices de valorização em 2021 que chegaram a superar a média do mercado, os modelos tidos como “populares”, ou seja, com motorização até 1 litro, foram um mau negócio nas palavras da empresa.
A Mobiauto explica que o levantamento foi feito com veículos cotados em janeiro e dezembro de 2021, extraindo-se a variação de preços, sempre com veículos modelo 2021, isto é, seminovos. Na média geral, as 20 versões apuradas tiveram valorização de 14,05% de acordo com a pesquisa, portanto bem abaixo dos 23,5% registrados pelo mercado em geral.
“Há vários motivos para determinar essa má performance. Um deles é o natural desinteresse do consumidor por carros populares, visto que o segmento representa cerca de 20% das vendas de modelos zero km atualmente, ou a metade dos SUV´s, por exemplo. O segmento incorpora hoje modelos muito sofisticados, com motores de 1 litro turboalimentados, como o VW Polo. Esse fenômeno os aproxima da mesma faixa de preços dos SUV´s. E é uma covardia disputar vendas com esses utilitários”, analisa o consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair Castro Jr.
Desinteresse
Segundo a pesquisa, a exceção que confirmou a regra foi o Fiat Argo, com 26,96% de valorização em seu catálogo 1.0 ao longo de 2021. O hatch foi o único modelo 1.0 do país a se posicionar acima da média de mercado.
A migração na preferência do público brasileiro por modelos mais sofisticados também pode ser observada em outro aspecto do estudo.
Com a crise de fornecimento de semicondutores em 2021, que restringiu a produção de modelos mais baratos – as montadoras usavam as poucas peças que chegavam às linhas de montagem para produzir veículos de maior valor agregado –, a tendência era de alta dos populares por conta desse desabastecimento, destaca a Mobiauto em sua análise.
“Como a produção foi restrita, era esperada uma alta nas cotações dos seminovos. Mas nem assim isso ocorreu. Entendo que é desinteresse puro do consumidor”, finaliza Castro Jr. sobre os resultados da pesquisa.
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