Nenhum país do mundo atinge meta da OMS para qualidade do ar

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Um novo relatório divulgado nesta terça-feira, dia 22 de março, traz dados alarmantes sobre a qualidade do ar que respiramos. Depois de avaliar os níveis de PM2,5, partículas de até 2,5 micrômetros encontradas no ar, a pesquisa revelou que apenas 3,4% das cidades pesquisadas atenderam aos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

Segundo os dados compilados pela IQAir, empresa suíça responsável pelo relatório, nenhum país atingiu ao padrão de no máximo 5 microgramas de PM2,5 por metro cúbico – padrão de qualidade adotado pela OMS desde setembro de 2021.

Mais de 93 cidades apresentaram níveis de PM2,5 10 vezes maior do que o nível recomendado. O relatório revela que milhões de pessoas Centenas em todo o mundo estão respirando ar sujo. A poluição atmosférica é associada a doenças cardíacas e pulmonares e 7 milhões de mortes prematuras a cada ano.

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As diretrizes da Organização Mundial da Saúde em relação aos níveis de PM2,5 no ar foram reduzidas pela metade em setembro de 2021, com o argumento de que mesmo exposições menores que o padrão anterior apresentam riscos para a saúde.

Segundo Susan Anenberg, professora da Universidade George Washington que estuda a ligação entre os efeitos da poluição do ar na saúde e as mudanças climáticas, a meta de 5 microgramas por metro cúbico de ar será extremamente difícil de ser atingida.

Segundo o relatório o ar em Bangladesh foi o mais poluído do mundo em 2021, com concentrações de PM2,5 de 76,9 microgramas por metro cúbico. “A Ásia Central e do Sul abrigavam 46 das 50 cidades mais poluídas do mundo”, afirmou Susan.

A professora explica que as mudanças climáticas vão agravar ainda mais esta situação. “Com o passar do tempo, as mudanças climáticas estão contribuindo para incêndios florestais maiores, mais fumaça e condições mais áridas em alguns locais, o que arrasta poeira no ar”, disse Anenberg.

Mapa da qualidade do ar

O ar mais limpo foi encontrado na Nova Caledônia, um arquipélago francês localizado no Oceano Pacífico, com 3,8 de concentração de PM2,5, enquanto a Finlândia teve as menores concentrações entre as nações desenvolvidas, com 5,5.

A diretora executiva da IQAir North America, Glory Dolphin Hammes, alerta que o cenário pode ser ainda pior, já que muitos locais não têm dados consistentes para a avaliação da qualidade do ar. A África, América Central e América Latina, por exemplo têm poucas estações de monitoramento.

Locais com maior concentração média de PM2,5:

Bangladesh

Chade

Paquistão

Tajiquistão

Índia

Omã

Quirguistão

Bahrein

Iraque

Nepal

Locais com a menor concentração média de PM2,5:

Nova Caledônia

Ilhas Virgens Americanas

Porto Rico

Cabo Verde

Saba

Finlândia

Granada

Bahamas

Austrália

Estônia

Ciclo Vivo