O mercado de trabalho brasileiro criou 328,5 mil vagas formais ante demissões em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência nesta terça-feira, 29. O saldo é a diferença de 2,01 milhões de contratações e 1,68 milhão de demissões. Apesar do avanço ante a criação de 150 mil vagas formais em janeiro (com dados ajustados), o resultado ainda está 17% abaixo dos 397,4 mil postos de trabalhos gerados em fevereiro de 2021. O mercado já havia registrado perda de fôlego em janeiro, em comparação ao ano passado. Este foi o melhor resultado desde agosto de 2021 (383 mil). No acumulado do primeiro bimestre, o governo criou 478,8 mil vagas de emprego. O saldo representa queda de 26,5% ante o mesmo período de 2021 (651,7 mil). O Caged mudou de metodologia em janeiro de 2020, e dados anteriores não são mais indicados para comparações. O salário médio de admissão em fevereiro foi de R$ 1.878,66. Comparado ao mês anterior (R$ 1.939,80), houve decréscimo real de R$ 61,14, queda de 3,15%. Já em relação ao mesmo ano de 2021 (R$ 1.926,36), a queda foi de 2,5%.
Segundo a equipe do ministério, a desaceleração no ritmo de contratações em comparação ao ano passado já era esperado pela acomodação do mercado. “É um processo natural. As empresas não continuarão contratando naquele ritmo do ano passado para sempre, isso é uma questão de crescimento estrutural da economia”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcomo. Entre as medidas, o secretário elencou o volume de concessões promovidas pelo governo e a consolidação e a simplificação de normas legais. “O governo tem uma agenda muito forte e determinada na melhoria do ambiente de negócio e a retomada de investimentos”, afirmou.
O saldo positivo foi registrado em todas as regiões brasileiras e nos cinco agrupamentos pesquisados pelo governo federal. O setor de serviços puxou a geração de empregos formais com 215,4 mil postos. O segmento foi o mais beneficiado pela reabertura econômica a partir da imunização contra a Covid-19 e concentra o maior mercado de trabalho do país. A indústria apresentou novos 43 mil postos, enquanto a construção gerou 39,4 mil trabalhos formais. A agricultura foi responsável por 17,4 mil empregos, enquanto o comércio gerou 13,2 mil postos. O Sudeste foi a região com o melhor índice ao registrar 162,4 mil vagas formais. O Sul aparece na segunda colocação, com 82,9 mil, e o Centro-Oeste foi responsável por 40,9 mil novos postos. A região Nordeste registrou 28 mil postos criados a mais do que fechados, enquanto o saldo do Norte ficou em 12,7 mil.
Jovem Pan