Preso é assassinado dentro de cela na Penitenciária de Montalvão; autores abriram o peito da vítima e retiraram-lhe órgãos, diz polícia

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Um preso, de 39 anos, foi assassinado na terça-feira (24) dentro da cela onde cumpria pena, na Penitenciária de Montalvão, em Presidente Prudente (SP).

Outros dois presos da mesma unidade, de 22 e 24 anos, confessaram o crime e acabaram indiciados pela Polícia Civil por homicídio qualificado, em razão de motivo torpe e do uso de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima.

Segundo a Polícia Civil, os autores do crime abriram o tórax da vítima e retiraram-lhe os órgãos. Ainda segundo a polícia, a vítima foi golpeada com vidro, lâmina metálica e pedaços de madeira.

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De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, um agente penitenciário que trabalha no local contou que, por volta das 5h, após assumir o plantão, acompanhado de outro funcionário da unidade, efetuava a contagem individual dos sentenciados do pavilhão inferior do Raio 2, quando, ao abrir a porta da cela 4, dois presos saíram arrastando um colchão com um corpo coberto por um cobertor.

Os dois presos foram questionados sobre do se tratava aquela situação, pois o agente penitenciário até pensou que fosse algum reeducando adoentado, e disseram que haviam tido um “desacerto” e terminaram por matar a vítima.

Outros servidores estiveram no local e verificaram que o sentenciado já não apresentava sinais vitais.

A cela era habitada por 19 sentenciados e todos foram retirados do local e conduzidos à chefia para providências. Eles foram questionados sobre aquela situação e informaram que tudo ocorreu durante a madrugada e que foram impossibilitados de prestar socorro à vítima e chamar os funcionários, uma vez que teriam sido ameaçados pelos autores do homicídio.

Ainda segundo o Boletim de Ocorrência, os presos também relataram que o motivo do crime foi um problema entre os envolvidos e que até então não tinham percebido qualquer desentendimento entre os autores e a vítima.

“Os indícios de autoria, a seu turno, foram demonstrados pelos termos dos depoimentos das testemunhas e interrogatório dos indiciados”, pontuou a Polícia Civil.

Ainda segundo a polícia, a conduta adotada no caso se amolda à figura típica do crime de homicídio qualificado, em razão de motivo torpe e recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima, pois os indiciados foram presos após o assassinato.

Foi apreendido uma pedaço de vidro, envolto em um fragmento de pano.

A Polícia Civil decretou a prisão em flagrante dos dois indiciados e ainda representou à Justiça pela conversão da medida em prisão preventiva.

“Ademais, observa-se que os indigitados já foram processados pela prática de vários crimes. Conquanto não haja precisão no extrato de antecedentes quanto à condenação pela prática dos crimes, os implicados ostentam ser ‘multirreincidentes’”, salientou a Polícia Civil.

Ainda de acordo com a polícia, “faz-se necessária a custódia para a garantia da ordem pública, diante da gravidade concreta do fato e da periculosidade dos agentes, levando-se em conta o contexto do delito e o fato de serem presos logo após praticarem o crime”.

Ao representar pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, a Polícia Civil enfatizou que “qualquer outra medida cautelar diversa da prisão restará infrutífera”.

“Ademais, a medida é necessária e adequada à gravidade do crime praticado, às circunstâncias do fato e às condições pessoais dos indiciados”, destacou.

De acordo com os dados atualizados nesta segunda-feira (23) pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), a Penitenciária de Montalvão possui uma população carcerária de 970 presos, enquanto a capacidade do local é para abrigar 696 homens.

G1PP