Projeto de monitoramento identifica espécies inéditas de mamíferos no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio

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Armadilhas fotográficas instaladas no Parque Estadual do Morro do Diabo fizeram registros de espécies inéditas de mamíferos na área, ou seja, que não constavam na lista oficial da Unidade de Conservação localizada em Teodoro Sampaio (SP).

Um desses “flagrantes” foi duplamente especial: um gato-palheiro-do-pantanal (Leopardis braccatus) melânico – o melanismo deixa a pelagem mais escura e é considerado raro.

A descoberta é resultado do primeiro ano de um projeto-piloto de monitoramento realizado por pesquisadores da Fundação Florestal. Quatro Unidades de Conservação foram selecionadas para receberem a ação, entre elas o Morro do Diabo.

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Além do felino, a outra espécie que foi novidade para a Unidade de Conservação é a raposinha ou raposa-do-campo (Lycalopex vetulus). A espécie de canídeo foi registrada no parque pelas armadilhas fotográficas e também foi vista na área urbana de Teodoro Sampaio durante uma aula de um colégio, em uma praça.

“Eles filmaram e conseguimos confirmar o registro feito pelas armadilhas, de que ela realmente ocorre na região”, afirmou a bióloga Andréa Pires Soares, que é pesquisadora e responsável pelo monitoramento de grandes mamíferos da Fundação Florestal.

Primeiro ano

Fruto de um workshop sobre a fauna ocorrido em 2019 pela Fundação Florestal, o projeto teve início em 2020 com a estruturação da equipe e a concepção do roteiro. As atividades de campo iniciaram-se em 2021.

Foram escolhidas quatro espécies-alvo, que são chamadas de “espécies guarda-chuvas”. “Pois, protegendo elas, abrimos um guarda-chuva de proteção para as outras espécies da comunidade ecológica, explicou a pesquisadora.

São elas:

Onça-pintada (Panthera onca)

Onça-parda (Puma concolor)

Anta (Tapirus terrestris)

Queixada (Tayassu pecari)

Das espécies-alvo do projeto, somente a queixada não foi registrada no Parque Estadual do Morro do Diabo, segundo contou Andréa.

A pesquisadora ainda destacou que o levantamento identificou e registrou sete onças-pintadas diferentes. A anta também é bastante frequente e pode ocupar até 93% da área do parque, conforme acrescentou a coordenadora do projeto.

Em um ano de levantamento, foram 10.827 imagens identificadas e um total de 40 espécies de mamíferos listadas, de pequeno a grande portes. Dessas, 32 são de médio e grande portes e quatro são exóticas, sendo elas o cachorro doméstico (Canis familiaris), o gato-doméstico (Felis catus), o boi (Bos taurus) e a lebre-europeia (Lepus europaeus).

“Os dados conseguidos serviram de base para se fazer mapas preditivos da ocupação das espécies-alvo de como elas usam e ocupam a área, permitindo que se planeje estratégias melhores para fiscalização e pesquisa”, explicou Andréa Soares Pires.

G1-PP