Ex-mecânico da McLaren, Marc Priestley revelou na última segunda-feira, 19, que a briga entre Fernando Alonso e Lewis Hamilton pelo protagonismo, ainda em 2007, não foi totalmente limpa. De acordo com o antigo funcionário da equipe britânica, o espanhol chegou a subornar alguns mecânicos com envelopes de dinheiro. “Uma das táticas de Fernando é tentar trazer a equipe inteira para o lado dele da garagem. Ele tenta lutar pelo controle. Houve um momento em 2007 que cheguei e o empresário de Fernando, ou seu treinador, estava entregando pequenos envelopes marrons, cheios de dinheiro para todos que não estavam no carro do Lewis”, afirmou, em entrevista ao podcast “PitStop”. Na ocasião, Alonso havia acabado de ser contratado junto a Renault, onde havia vencido os títulos de 2005 e 2006. Hamilton, por sua vez, era estreante na principal categoria do automobilismo. Os dois rivais lutaram pelo título do Mundial de Pilotos até o fim, mas a taça ficou nas mãos de Kimi Raikkonen, então na Ferrari – o finlandês terminou a temporada com 110 pontos, um a mais que os adversários da McLaren, que ficaram empatados. “A equipe dele, a equipe de suporte, eu (que) estava comandando a equipe de t-car… Todos recebemos esses pequenos envelopes. Me lembro de abrir e ter cerca de 1.500 euros, algo assim. Era tão desonesto. Primeiro, você recebe um envelope marrom sem marcação e eu estou tipo ‘muito obrigado, o que é isso?’. O treinador sai, você fica com aquela coisa, abre e está literalmente cheio de dinheiro”, acrescentou Marc Pristley.
Segundo o ex-mecânico, a diretoria da McLaren descobriu o esquema de Fernando Alonso e fez os funcionários doarem o dinheiro para a caridade. “Você começa a olhar em volta, todos os seus colegas têm (os envelopes) e (se perguntam) ‘você abriu o seu? Quanto você recebeu?’ Aí isso começa a se espalhar, e as únicas pessoas que não receberam foram a equipe do Lewis. No fim, a equipe obviamente descobriu e nos fez doar tudo para a caridade. Foi bom, mas nos deu uma perspectiva sobre as duas mentalidades diferentes”, disse Priestley, que ainda revelou como Hamilton respondia aos atos do espanhol. “Lewis fazia coisas diferentes, jogava pequenos jogos com a mídia. Os dois fizeram coisas certas e coisas erradas, nenhum de nós é perfeito. Mas eles montaram uma estratégia para ser o melhor piloto de F1 de formas diferentes. Ambos conquistaram ótimos resultados, mas foram abordagens diferentes”, finalizou. Recentemente, vale lembrar, o espanhol, atualmente na Alpine, chegou a chamar o inglês da Mercedes de “idiota” por provocar um acidente no GP da Bélgica. No dia seguinte, ele pediu desculpas e disse que erros acontecem.
Jovem Pan