Fretes rodoviários do agronegócio crescem 33,2% no primeiro semestre

0
90

O primeiro semestre de 2022 foi marcado por obstáculos no agronegócio, como a quebra nas safras de soja – principalmente no Paraná, por questões climáticas – e a guerra da Ucrânia, que mudou a dinâmica da economia internacional e o comércio internacional de fertilizantes, já que a Rússia era o principal exportador e o Brasil o maior importador.

Porém, há apostas para um ano recorde de safra do milho safrinha, o que tem se confirmado, já que as expectativas são de crescimento da ordem de 30% na produção, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Isso também ficou evidenciado na plataforma da Fretebras no primeiro semestre deste ano: os fretes do grão aumentaram 64,7% na comparação com o ano passado.

- PROPAGANDA -

O agronegócio representou 36% de todas as cargas publicadas na Fretebras no primeiro semestre, sendo o Rio Grande do Sul o estado mais representativo com 15,6% desses fretes, seguido por São Paulo (12,6%), Minas Gerais (11,9%) e Mato Grosso (11,5%).

Lockdowns na China e guerra da Ucrânia afetam movimentação nos portos

No primeiro semestre de 2022, foram 581 milhões de toneladas de cargas movimentadas pelos portos do país, segundo dados da Associação Brasileira de Transportes Aquaviários (Antaq). Porém foi registrada uma queda de 3,3% em relação a 2021, no total.

A redução observada neste semestre ocorreu em função dos problemas ocorridos na China, de lockdowns, fechamento de indústrias e portos, além da tensão com a guerra da Ucrânia.

Portos

A Fretebras analisa três portos que juntos movimentaram cerca de 100 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre de 2022: Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Santos (SP). Além disso, foram os portos que mais registraram fretes na Fretebras neste período.

No porto de Paranaguá, houve uma queda nos fretes de fertilizantes, o produto mais importado por lá.

Na Fretebras, a representatividade dos fretes deste produto com origem no porto caiu 1,5 p.p no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Antaq, as toneladas de todos os produtos importados pelo porto reduziram 3,9%.

Quanto às exportações, houve queda de 1% no volume, com grande influência da estiagem que atingiu a soja. Na Fretebras, houve queda na representatividade dos fretes da oleaginosa de 9,7 p.p.

No porto de Rio Grande, o principal produto importado, fertilizante, teve um aumento de 14,1% no volume de toneladas desembarcadas, de acordo com a ANTAQ.

Na plataforma da Fretebras, os fretes do produto representaram 83,5% de todos os fretes originados no porto gaúcho e sua variação também foi positiva (+67,6%) na comparação entre os semestres.

Sobre os produtos embarcados, o porto gaúcho registrou queda no volume de toneladas, porém o trigo se destacou positivamente, com aumento de 187%. Na Fretebras, os fretes do cereal com destino a Rio Grande aumentaram 9.000%, representando 37,1% das cargas com destino ao porto no primeiro semestre.

Em Santos, na comparação do primeiro semestre deste ano com o do ano passado, o volume de fretes com origem no porto aumentou 43,5%, na plataforma da Fretebras.

De acordo com a ANTAQ, as importações no período aumentaram 3% no volume de toneladas. E as exportações por lá também foram positivas na comparação entre a primeira metade de 2021 e 2022.

O crescimento no volume geral de toneladas foi de 6,5%, sendo que o principal produto exportado foi a soja, que também apresentou aumento, de 8,1%. Na Fretebras, a oleaginosa registrou o dobro de fretes no período, com destino ao porto.

Os dados que compõem a 8ª edição do “Relatório Fretebras — O Transporte Rodoviário de Cargas” têm base no fluxo de dados da Fretebras. Com mais de 740 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional.

Canal Rural