A Amazônia já acumula 85.150 focos de queimadas em 2022, de acordo com os dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do período entre 1 de janeiro e 27 de setembro. É o maior número desde 2010 – um ano de seca drástica no bioma -, quando foram registrados 96.837 focos no mesmo período. Em comparação ao ano passado, quando foram registrados 55.048 focos no período, o aumento foi de 55%.
Só nos 27 primeiros dias de setembro deste ano, a Amazônia teve 39.128 focos de queimadas, um aumento de 150% em comparação aos 15.624 focos detectados no mesmo período de setembro de 2021.
“Os dados são alarmantes e apontam para uma destruição sem precedentes que impacta não apenas na vida dos povos locais, mas afeta também a economia e a segurança hídrica de outras regiões, visto que o que acontece na Amazônia impacta os demais biomas. Ainda é tempo de entender que a floresta vale mais em pé, que não há necessidade de queimadas e desmatamento, pois já temos muitas áreas abertas improdutivas”, afirma Edegar de Oliveira, diretor de Restauração e Conservação do WWF-Brasil.
Os Estados com maior número de focos no acumulado de 2022 (até 27 de setembro) são: Pará, Mato Grosso, Amazonas, Acre e Rondônia. O Pará é o campeão da destruição da Amazônia nesse período, com 27.249 focos. É também o Estado que teve o maior aumento do número de focos em comparação ao mesmo período de 2021, quando foram registrados 14.093 focos: um aumento de 93%.
Entre 1 e 27 de setembro, o Pará também lidera o ranking da devastação em números absolutos de foco e no aumento percentual em relação ao mesmo período no ano passado. Foram 11.972 focos em 2022, contra 3.645 no mesmo período em 2021: um aumento de 228%. Em segundo lugar vem o Amazonas, com um aumento de 202%, passando de 2.675 focos em 2021 para 8.082 em 2022, no período entre 1 e 27 de setembro.
O Pará tem três municípios entre os cinco com maior número de focos de queimadas no acumulado do ano até 27 de setembro na Amazônia. Os municípios mais atingidos pelo fogo até agora em 2022 foram São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA), Lábrea (AM), Porto Velho (RO) e Novo Progresso (PA).
São Félix do Xingu (PA) é o município com maior número de queimadas no acumulado até 27 de setembro de 2022: foram 4.943 focos, um aumento de 154% em comparação ao mesmo período no ano passado. É também o município com a pior situação no mês de setembro (até o dia 27) em 2022, com 2.151 focos, um aumento de 251% em comparação ao mesmo período em 2021.
Nos 27 primeiros dias de setembro, o maior aumento percentual em relação ao ano passado foi registrado no município de Lábrea (AM). Foram 587 focos nesse período em 2021 e 2.118 focos em 2022, um aumento de 261%.
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