Economistas e especialistas acham remota a chance de um corte na taxa básica de juros no curto prazo, agora em 2022, algo praticamente impossível. O IPCA, inflação oficial do país, depois e três meses de queda, voltou ao terreno positivo, chegando a 0,59% em outubro. Preços de alimentos, bebias, transportes, saúde e cuidados pessoais e vestuários subiram. Ainda incertezas no ar com consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia, o câmbio andou pressionado nesta semana em razão de notícias envolvendo a área fiscal do governo do presidente eleito Lula. Para completar, no fim de ano, historicamente, os preços sobem um pouco mais em razão do maior aquecimento e demanda pelas festas de fim de ano e uma menor oferta.
Por conta destes fatores, o professor e economia do IBMEC, Gilberto Braga, acha pouco provável um corte da Selic no curto prazo. “As perspectivas para o futuro são relativamente ruins. Embora se espere uma inflação até declinante, ela ainda vai continuar muito elevada para os padrões necessários ou desejados acima da meta de inflação. Neste ano, temos uma inflação acumulada de 4,7%, ou seja, fecharemos acima da meta fiscal, devendo começar 2023 com essa mesma perspectiva” afirma Braga. O economista André Braz também enxerga uma inflação um pouco mais pressionada neste fim de ano, não dando margem para uma redução na taxa básica de juros. “Daqui até o fim do ano, a expectativa é de que a inflação termine em 5,7%, que é um número muito abaixo das projeções iniciais, mas boa parte da redução se deve à redução do ICMS na energia elétrica, na gasolina e nas telecomunicações. Se não fosse por isso, a inflação deste ano estaria em torno e 9%, mais próxima da inflação que fechou em 2021”, afirmou o economista. Apesar deste cenário, a inflação no Brasil deve fechar 2022 abaixo da média dos países do G20 e de países considerados emergentes.
Jovem Pan