As cotações do milho no Brasil passam por um período de poucas movimentações nesta reta final de 2022 e devem permanecer assim, pelo menos, até a virada para 2023. O principal fator para essa lateralidade dos preços é a falta de apetite dos consumidores internos.
O analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, explica que as indústrias compradoras já estão confortáveis diante de estoques satisfatórios para virar o ano tranquilamente e, mediante a esse poder de barganha, tentam puxar os preços para baixo.
A expectativa é que o cenário mude com a virada de ano e o mercado interno tomando o protagonismo das movimentações de janeiro até junho, antes das exportações voltarem ao foco principal.
Olhando para esse comércio exterior, o analista destaca que o mês de dezembro deve se encerrar com mais de 5 milhões de toneladas de milho embarcadas e levar o ciclo 2022 a superar o recorde de exportações de 2019. Já para 2023, a chegada da China demandando o grão brasileiro deve levar o país a renovar novamente este recorde.
A projeção de Sene para o mercado de milho em 2023 é de cenário positivo diante da perspectiva de alta produção na segunda safra e de demanda aquecida tanto no mercado nacional quanto no internacional. Os pontos de atenção deverão ser o câmbio, novidades do conflito Rússia x Ucrânia, a safra da Argentina e as questões políticas e econômicas do Brasil.
Por: Guilherme Dorigatti – Notícias Agrícolas