O detento Edilson Santos Gomes, 50 anos de idade, morreu na Santa Casa de Presidente Venceslau (SP) no último dia 23 de fevereiro. Ele cumpria pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, e estava internado no hospital venceslauense porque dias antes havia ateado fogo na cela do “seguro”, onde permanecia isolado por ter recebido várias ameaças de presidiários integrantes do PCC. A informação é do jornalista Josmar Jozino, colunista do site UOL.
No atestado de óbito assinado pela médica legista Katiane de Oliveira Canto Assis consta que o preso sofreu edema agudo do pulmão e queimaduras de terceiro grau. O corpo foi enterrado no Cemitério Parque Hortolândia, na região de Campinas, interior de São Paulo.
Agentes penitenciários disseram à reportagem de Josmar Jozino que Edilson ateou fogo nas roupas e no colchão da cela individual e com pouca ventilação. Os funcionários acrescentaram que o preso inalou muita fumaça tóxica, sofreu queimaduras nas pernas, braços e tórax e não resistiu.
De acordo com agentes penitenciários, integrantes do PCC recolhidos na P2 de Venceslau ameaçaram matar a família de Edilson, caso o preso não se matasse. Os servidores, entretanto, não souberam detalhar os motivos das ameaças.
Ainda segundo os agentes, o PCC fez uma espécie de “lavagem cerebral” em Edilson para convencê-lo a se matar. Os funcionários disseram que o preso ficou com muito medo de que algo de ruim acontecesse com seus familiares e com ele e pediu à diretoria da unidade para ficar isolado e longe do convívio dos demais prisioneiros.
O que diz a Administração Penitenciária
Procurada pela reportagem de Josmar Jozino, a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) informou em nota que no dia 6 de fevereiro, Edilson ateou fogo na cela em que habitava sozinho, ofereceu resistência para sair do local e sofreu várias queimaduras.
A nota diz que, com muito esforço, o corpo funcional conseguiu retirá-lo da cela e controlar as chamas. Segundo a pasta, Edilson foi rapidamente socorrido à Santa Casa local, escoltado pela Polícia Militar. No hospital foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e morreu no dia 23.
A SAP informou que o preso estava isolado desde o dia 1º de fevereiro, quando relatou ao diretor de segurança que estava correndo risco de morte. A pasta acrescentou que foi instaurada uma apuração para verificar as circunstâncias da morte e que a polícia foi comunicada do fato, bem como a família do prisioneiro.
Edilson havia sido condenado a cem anos e quatro meses de prisão pelos crimes de homicídios, latrocínio (roubo seguido de morte) e assaltos. O boletim informativo do presidiário mostra que Edilson cometeu ao menos dez faltas de natureza grave na prisão.
As informações são de Josmar Jozino – Portal Bueno