A agência climática dos Estados Unidos aumentou de 75% para quase 90% a chance do fenômeno climático El Niño ocorrer já a partir do inverno no hemisfério sul, no trimestre de junho a agosto. O El Niño tradicionalmente reduz o volume de chuva em áreas do centro-norte e aumenta no Sul do Brasil. “ O aquecimento mais intenso do Pacífico Leste que está em curso tende a favorecer a chuva no Sul do Brasil”, apontou o Itaú em relatório Agromensal.
A safra de inverno deverá ser impactada pelos efeitos do fenômeno El Niño em culturas como o milho. A intensidade do fenômeno importa para as previsões de estiagem ou excesso de umidade em áreas de produção agrícola, mas até o momento não há alarde de meteorologistas na direção de eventos mais extremos que coloquem em risco a produção.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou previsão de safra recorde para o milho segunda safra, com estimativa de 96,14 milhões de toneladas. Mas, a Conab destaca: maio será um mês decisivo para a consolidação da produtividade desta safra, que se encaminha para ser a maior da história.
No modelo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para maio, junho e julho indica chuva dentro ou abaixo da média em grande parte do Centro-Oeste e Sudeste. Outra cultura que estará nos campos durante o início dos efeitos do El Niño será o trigo. A primeira estimativa indica uma área de plantio em 3,3 milhões de hectares e uma produção de 9,6 milhões de toneladas. Nos maiores estados produtores, Paraná e Rio Grande do Sul, que representam 84% da produção nacional, a semeadura ainda está começando e será preciso acompanhar atentamente os desdobramentos da safra.
Vale lembrar que a previsão do governo aponta para uma produção de grãos recorde, com mais de 313 milhões de toneladas. A colheita da soja verão está praticamente encerrada e com confirmação de um dos maiores volumes da história. Trigo e milho caminham para a mesma direção, caso o El Niño não atrapalhe.
Jovem Pan