Metade dos empreendedores não repassa alta dos custos aos consumidores, aponta pesquisa

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Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que que metade dos empreendedores brasileiros não tem repassado o aumento dos custos para os clientes. Mesmo com o crescimento de custos, os donos de pequenos negócios evitam transferir os valores para não perder a clientela. O levantamento feito entre os meses de agosto de 2022 e abril de 2023, apontou que a falta de clientes passou de 24% para 31% no período. Apesar de 78% dos empresários alegarem que tiveram um incremento nos gastos com insumos, combustíveis, aluguel e energia, 49% deles afirmaram em abril que não repassaram esse impacto para os clientes, 41% repassaram parcialmente e apenas 8% totalmente. Em agosto do ano passado, eram que 76% reclamavam da elevação dos custos. Entre eles, 43% não repassaram o valor dos custos ao preço final, 47% transferiram parcialmente e 9% totalmente, o que reflete uma estabilidade no período.

É o que relatou o empresário Moacir Félix em entrevista à Jovem Pan News: “Os custos têm aumentado em toda a cadeia, não só tributos. Está tudo muito caro, está tudo inflacionado, os estoques são caros e a gente está fazendo o máximo para isso não chegar na conta. Então, o setor de tecnologia está se virando hoje com terceirização de mão de obra e ‘pejotizando’ muita mão de obra para a gente poder sobreviver. Inclusive reduzindo jornada e trabalhando em home office para a gente poder sustentar isso aí e manter os preços. Porque se a gente acaba repassando isso, a gente acaba perdendo o cliente”.

O economista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae, Marco Aurélio Bedê, destaca que a expectativa é que esse cenário se reverta nos próximos meses sob o risco de agravar a situação das empresas: “Entre aqueles que têm tido aumento de custos, metade não está repassando e a outra metade repassa parcialmente ou integralmente. Então isso funciona como um fator de compressão das margens de lucro. A manutenção dessa situação por longo prazo é um complicador para as micro e pequenas empresas. Se espera que isso possa ser revertido, pelo menos parcialmente, nos próximos meses”.

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A expectativa do empresariado é que haja uma descompressão a partir do segundo semestre com a acomodação da inflação em um patamar mais baixo, o que pode acarretar na redução dos juros e levar a uma retomada do consumo das famílias e das empresas com maior intensidade. Outro fator que pode alavancar os empreendedores, segundo o Moacir Félix, é a expansão do crédito: “Então é essa vertente que a gente tem brigado aí com as nossas categorias para vir crédito para a rua e um crédito com carência. Isso é o fundamental para poder reerguer e aquecer a economia”.

Jovem Pan