O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) criou uma força-tarefa para investigar a operação da polícia fluminense na comunidade do Jacarezinho, Zona Norte da capital carioca, na semana passada. Com 28 mortes, a ação é considerada a mais letal da história do Rio, sendo 27 de suspeitos e de um policial civil. A força-tarefa vai trabalhar durante quatro meses. No entanto, se necessário, o prazo da investigação pode ser estendido pelo mesmo período de tempo. O MP do Rio já começou a ouvir parentes das vítimas. Os familiares dizem que aconteceram execuções sumárias promovidas pelos mais de 200 agentes que participaram da operação na comunidade na última quinta-feira, 6. A mesma impressão tem a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Defensoria Pública e outros órgãos que acompanham as investigações.
No entanto, o promotor da força-tarefa, André Cardoso, considera prematuro falar em assassinatos na ação da polícia fluminense. “Vai apurar o que aconteceu naquele dia em Jacarezinho e só no momento de formação da opinião do Ministério Público que vamos dizer o que realmente aconteceu, que fato aconteceu. Se foi uma legítima defesa, se houve crime, se as pessoas vão ser denunciadas. Não tem como a gente apresentar uma impressão sobre esses fatos”, disse. Desde o ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) impôs regras e parâmetros para operações da polícia em favelas no Rio de Janeiro. A estimativa é que mais de 500 operações foram realizadas nas comunidades fluminenses desde meados do ano passado. O Ministério Público do Rio de Janeiro já abriu pelo menos 44 investigações.
Jovem Pan