Ter uma casa sustentável pode parecer algo meio surreal, mas a verdade é que, para quem está construindo, isso pode ser uma opção não só viável, mas também vantajosa tanto na qualidade de vida quanto economicamente. Além, é claro, de ajudar a manter um planeta saudável. O empresário Ricardo Honório sonhava em ter um lar assim já faz um tempo, e contou para o Casa.com como foi a experiência de projetar e morar em uma casa sustentável.
“Há muito tempo eu queria construir uma casa diferente: que fosse sustentável e que gerasse menos resíduos tanto na construção e que, quando pronta, fosse mais ativa, gerando a energia que precisasse”. conta.
Energia solar em casa
A casa localizada no interior de São Paulo é baseada em três princípios: produção própria de água, alimento e energia. Para tal, ela conta com uma horta, sistemas de armazenamento de água para reuso e um sistema fotovoltaico para gerar energia solar, dispensando gás ou eletricidade convencional. “A minha casa é 100% fotovoltaica, movida a energia obtida do Sol. É como ter uma pequena fábrica de energia trabalhando todos os dias só para você!”, afirma Ricardo.
O sistema fotovoltaico tem capacidade de 8KWp, o que é mais do que suficiente para atender todo o consumo de uma casa como a dele, com seis moradores, sendo quatro crianças. Essa quantidade de energia é suficiente para manter piscina aquecida, forno, fogão e chuveiros elétricos. Ricardo lembra ter gasto, em janeiro de 2020, R$ 43 mil para a implantação do sistema fotovoltaico, mas encara o gasto como um investimento.
“Existe o valor inicial, mas a energia produzida será sua. Antes de construirmos essa casa, o consumo de energia era motivo de atenção por parte de toda a família, já que a conta de luz girava em torno de R$ 800/mês. Agora, pago apenas a tarifa mínima de R$ 76. O valor do investimento acaba retornando para você em no máximo cinco anos”
O conselho é para a hora de escolher os equipamentos. “Não abri mão de bons equipamentos, porque este tipo de produto não é daqueles que você pode ir à loja trocar, caso se arrependa pela compra. O nosso inversor solar, por exemplo, é Fronius, que foi, de longe, a marca que me trouxe maior confiabilidade em tudo, da tecnologia ao monitoramento e suporte técnico”.
Construção sustentável
Os processos construtivos também levaram em conta a sustentabilidade. Ao invés de cimento tradicional, que exige queima, optou-se pelo solo cimento, um material que é feito a partir do barro prensado. Os encanamentos foram feitos com canos verdes, para que não houvesse risco de microplásticos. Toda a água que sai das torneiras vai diretamente para o quintal, para poder ser reaproveitada, já a água dos banheiros tem seu próprio encanamento separado.
Rotina diferente
Ricardo conta que morar em uma construção assim muda a forma com que você separa seu tempo e se relaciona com a casa, já que tudo é participativo e todos os recursos são produzidos ali. “É muito legal ter uma hortinha e poder ir até lá colher folhas para fazer um chá à noite. O gosto é diferente, a textura. Isso impacta muito positivamente sua saúde. Cuidar de plantas é terapêutico”.
Para quem deseja ter uma morada sustentável, o empresário diz que o primeiro passo é refletir. “É preciso pensar onde você quer estar daqui a cinco ou dez anos, que tipo de casa você vai querer. Nós queríamos uma casa confortável, em que a gente pudesse trabalhar e nos divertir. Um lugar em que pudéssemos ir até o quintal e colher algo”.
Em seguida, é importante fazer uma boa pesquisa de métodos construtivos, materiais e marcas. “Um bom começo é planejar como vai ser a geração de energia. E sempre trabalhar com marcas boas e confiáveis.”
Apesar de um pouco trabalhoso, as construções sustentáveis são uma tendência necessária, pensando na arquitetura em longo prazo. “Vale muito a pena. É gratificante porque todo esse esforço volta para você. Você realmente se conecta com a casa”.
Casa.com.br – Imagem ilustrativa