Déficit na armazenagem chega a 118,5 milhões de toneladas

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O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini, destacou nesta terça-feira (4) que o déficit em armazenagem previsto para a safra de grãos 2022/23 deverá ficar em 118,5 milhões de toneladas.

“A capacidade estática de armazenagem de grãos é de 194 milhões de toneladas, frente a uma produção prevista para o Brasil de 312,5 milhões de toneladas de grãos”, comenta.

Segundo Bertolini, a cada ano, a capacidade de armazenagem no Brasil cresce em 4,8 milhões detoneladas, bem abaixo do ritmo observado na produção de grãos, que avança ao redor de 9,4 milhões de toneladas.

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“Com isso, segundo a Abimaq, o déficit em armazenagem de grãos no Brasil aumenta em cinco milhões de toneladas a cada ano”, destaca.

Déficit em todas as regiões

Bertolini afirma que com o crescimento acima do esperado para a safra brasileira de grãos, nesta temporada todas as regiões do país apresentarão um déficit de armazenagem.

“Chama a atenção que apenas 15% dos armazéns do Brasil estão localizados dentro das fazendas e 85% em áreas urbanas e industriais, o que dificulta muitas vezes a estocagem da produção assim que as safras são colhidas”, analisa.

Recursos para armazenagem

De acordo com o presidente da CSEAG, cálculos realizados pela Abimaq indicam que, para acompanhar o crescimento da agricultura, o volume anual de recursos que deveria ser alocado em investimentos para armazenagem deveria ser de pelo menos R$ 15 bilhões.

“O volume de recursos que será disponibilizado pelo governo federal no Plano Safra 2023/24, de R$ 6,5 bilhões, é positivo, embora, na prática, haja uma burocracia muito grande, o que acaba inviabilizando o acesso pelo produtor a esses recursos para a realização de investimentos”, conclui.

Canal Rural