Estudo busca melhores cultivares de soja para alimentação humana

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Estudo inédito busca agregar valor à soja comercializada, identificando a quantidade de isoflavonas nas distintas cultivares, em diferentes regiões do estado de São Paulo.

Na pesquisa realizada na APTA Regional, instituição de pesquisa vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, os resultados mostram que uma mesma cultivar plantada em outras localidades pode ser direcionada a variados nichos de consumo.

Segundo a pesquisadora da entidade, Keila Duarte, o projeto visa quantificar isoflavonas e produzir uma listagem de cultivares mais propícias ao consumo por crianças, por adolescentes e por mulheres na menopausa.

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“O diferencial deste estudo, para o setor produtivo, está em agregar valor à soja para o consumo humano.”

Para quantificar as isoflavonas é utilizado o método de imunoensaio do tipo ELISA. “Esperamos, em breve, chegar com as cultivares quantificadas para fazer parte do mercado consumidor”, aponta.

Soja consumida pela população

O estudo tem como objetivo apontar se as cultivares beneficiam ou comprometem a saúde de quem consome. “Hoje o maior desafio científico e tecnológico está em rastrear a soja consumida pela população”, diz a pesquisadora.

Segundo a especialista, a identificação e quantificação de isoflavonas são necessárias para encontrar novas fontes deste composto.

Como se trata de um composto secundário, a quantidade na planta depende das condições climáticas e varia entre diferentes cultivares. Assim, os resultados mostram que uma mesma cultivar, quando produzida em diferentes localidades, pode ser direcionada a diferentes nichos de consumo.

“Hoje estamos realizando as análises, em diferentes locais do estado de São Paulo”, afirma Keila.

Primeiros resultados

Dentre as 27 cultivares de soja analisadas, uma colhida em Itapetininga e seis em Adamantina tinham alto teor de isoflavonas, e as 20 cultivares restantes foram semelhantes entre si.

Em geral, segundo Keila, o teor de isoflavonas foi maior nas amostras de Adamantina [maior temperatura e menor altitude] em comparação com Itapetininga [menor temperatura e maior altitude].

Devido ao seu alto teor de isoflavonas, a soja pode ser indicada para usos farmacêuticos, como extração de fitoestrógenos, para tratamento de sintomas da menopausa em mulheres que não podem usar hormônios sintéticos, ou para diversos usos cosméticos.

Já os grãos de soja com baixa quantidade de isoflavonas podem ser indicados para alimentação humana, principalmente para veganos e vegetarianos – consumidores habituais de proteínas provenientes de sementes de leguminosas.

Canal Rural