Vanderlei Luxemburgo é um dos técnicos mais vitoriosos da história do Palmeiras. Nos cinco períodos em que trabalhou no Verdão, o treinador conquistou oito taças, incluindo o bicampeonato do Brasileirão (1993 e 1994) e o penta do Paulistão (1993, 1994, 1996, 2008 e 2020). A última passagem do “Professor” pela Academia de Futebol, entretanto, não acabou da melhor maneira possível para o comandante. Apesar de ganhar o Estadual de 2020 diante do Corinthians, Luxa foi desligado após uma sequência de resultados negativos. “Fiquei muito chateado. Achei que o presidente [na época, Maurício Galiotte] não foi leal comigo. Ele tinha que ter dado uma justificativa”, declarou, em entrevista ao podcast “Reis da Resenha”, do Grupo Jovem Pan, no ano passado. Para piorar, o experiente técnico viu seu legado ser contestado pelos palmeirenses e por parte da mídia após o impressionante trabalho de seu sucessor, o português Abel Ferreira. Em meio a esta história entrelaçada, o atual comandante do Timão e o lusitano no Alviverde se encontram neste domingo, 3, na Neo Química Arena, em Dérbi válido pela 22ª rodada do Nacional.
Na entrevista à Jovem Pan, Luxemburgo demonstrou orgulho pelo trabalho feito no Palmeiras e defendeu seu legado no clube, que, posteriormente, ganhou uma série de títulos. “O próprio presidente do Palmeiras já deu declarações falando da minha importância para criar essa base. Eu fui um gestor de clube… Eu subi 12 jogadores da base, entre eles Verón, Danilo, Gabriel Menino, Patrick de Paula”, lembrou. “Eu fiz um bom trabalho. Levei jogadores para o time de cima, mudei posição de alguns atletas e formei a equipe vencedora. Ganhei do Corinthians na final! O Corinthians tem que ganhar do Palmeiras, enquanto o Palmeiras tem que ganhar do Corinthians. A guerra é muito forte. E ainda deixei a equipe bem colocada em todas as competições. Até hoje, não entendi a demissão”, acrescentou.
Com as conquistas sob o comando de Abel Ferreira, porém, a comparação foi inevitável. Para muitos torcedores do Palmeiras, o português transformou o clube, deixando o time mais competitivo com suas mudanças táticas e de filosofia de jogo. Desde que desembarcou no Brasil, o lusitano ganhou quase todos os campeonatos possíveis — o único que falta na galeria é o do Mundial de Clubes. Foram duas conquistas da Copa Libertadores da América (2020 e 2021) e outras duas do Paulistão (2022 e 2023). Além disso, sob a batuta do treinador, o Palestra levou o Brasileirão (2022), a Copa do Brasil (2020), a Recopa Sul-Americana (2022) e a Supercopa do Brasil (2023).
Treinadores em fases distintas
O clássico deste domingo também vai reunir técnicos em situações opostas. Do lado do Palmeiras, Abel Ferreira segue em alta e tenta permanecer a caça ao líder no Brasileirão. Com 11 pontas de diferença do líder Botafogo, o Verdão é o segundo colocado e busca se aproximar do Glorioso para ter chances de título na reta final. Além disso, na última quarta-feira, o Alviverde garantiu sua quarta passagem à semifinal da Libertadores consecutiva. Perto de mais uma decisão continental, os palmeirenses seguem idolatrando o treinador português e torcendo por sua permanência para as próximas temporadas. O sentimento do corintiano, sem dúvida, não é o mesmo. Apesar da classificação à semifinal da Copa Sul-Americana, o Timão segue apresentando um futebol aquém das expectativas. No Brasileirão, a situação ainda é complicada, com apenas quatro pontos de vantagem em relação ao Santos, equipe que abre a zona de rebaixamento. Por todo este contexto, boa tarde da Fiel deseja a saída de Vanderlei Luxemburgo ainda nesta temporada. A sequência do “Projeto” em 2024 está praticamente impossível.
Jovem Pan