Jornal alerta para terceira onda da Covid-19 na região de Presidente Prudente

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Depois que a cidade de Presidente Prudente voltou a bater índices de 100% de ocupação nos leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19, nesta semana, e que a região apresentou índices acima dos 90% nessa ocupação, diferente do que vinha sendo registrado, as autoridades locais voltaram a levantar uma preocupante possibilidade: a chegada da já esperada e possível terceira onda da Covid-19 e que poderá ser ainda mais grave que as duas primeiras. Nas redes sociais, um vídeo em forma de alerta do promotor de Justiça, Marcelo Creste, chamou a atenção por, justamente, abordar os eventuais cenários das próximas semanas, que seguem essa linha de preocupação. “O panorama é sombrio e pode ser pior, com números de mortes que podem aumentar. Isso em toda a região. É preciso que as autoridades tomem medidas e pensem em ações”, pontuou.

O relato do promotor do MPE (Ministério Público do Estado) se dá com base nos números que diariamente chegam a ele em relação à pandemia. Entre estes números, ele menciona o fato de que nos três meses anteriores, aproximadamente 70 pessoas morreram enquanto aguardavam por uma vaga de leito de UTI na cidade de Prudente, o que já indicava um direcionamento para a situação que hoje é vista com a ocupação máxima de leitos de UTI no município, enquanto que medidas de flexibilização seguem sendo aplicadas. “Temos uma mobilidade muito grande de pessoas e isso traz mais infecções e, consequentemente, internações e também mortes”.

“Leitos de UTI não são infinitos”

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No vídeo, o promotor lembra que muito se fala em abrir cada vez mais leitos nos hospitais, mas não deixa de pontuar que “até hoje ninguém conseguiu entender que os leitos são finitos”. A exemplo disso, ele traz o dado de que recentemente o Estado abriu 10 novos leitos na UTI de Presidente Venceslau, que praticamente três dias depois se viu com apenas um leito vago. “Ir para a Unidade de Terapia Intensiva não quer dizer que você será salvo, infelizmente, por causa da gravidade da doença, de suas mudanças e por variáveis como a falta de insumos. UTI não é garantia de vida. Além disso, temos um negacionismo ideológico e psicológico, e se as pessoas e os poderes públicos não olharem para essa questão da circulação, não haverá sistema de saúde que dará conta”.

Por fim, Marcelo Creste pontua que no Brasil nunca foi implantada uma medida eficaz de combate à pandemia, como o lockdown, já que os Estados impuseram apenas restrições, e pontuou que isso foi decisivo para o momento que temos hoje. “Onde a pandemia foi enfrentada com rigor, a vida já tem voltado ao normal. Tivemos restrições, mas que pelo visto não surtiram efeito por várias razões”.

Medidas do Estado

A reportagem do jornal O Imparcial procurou o Estado para repercutir essa situação de alerta. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que a ativação de novos leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, mas também da União e das prefeituras. Além disso, esclareceu que vem trabalhando junto aos municípios para garantir assistência à população e combater a pandemia. “Com estes esforços, o número de UTIs no SUS [Sistema Único de Saúde] de São Paulo praticamente triplicou neste período, saltando de 3,5 mil para mais de 10 mil. A pasta estadual mantém na região de Prudente 125 leitos de UTI e 450 clínicos exclusivos para assistência a pacientes com Covid-19”.

Para garantir ainda mais a assistência, a pasta ressalta que já implantou 10 novos leitos de UTI Covid e 10 de enfermaria no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Prudente, que hoje opera com 40 leitos UTI e 62 clínicos. “Além disso, a secretaria está auxiliando no custeio de novos 10 leitos de UTI deste tipo na Santa Casa de Presidente Venceslau recentemente instalados, que duplicaram a capacidade da unidade”.

Plano Passível de Ajustes

O governo de São Paulo pontuou, por fim, que tem norteado suas ações de enfrentamento da pandemia por meio de monitoramento, que é contínuo e diário, permitindo inclusive a intensificação de medidas restritivas e regras do Plano São Paulo, caso o Centro de Contingência identifique necessidade. “O plano permite ainda que os gestores municipais adotem este tipo de estratégia conforme a realidade local”.

O Imparcial